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quarta-feira, 2 de abril de 2014

Há reformados europeus de olhão, menos os de Olhão!

Cidadãos reformados europeus estão a comprar casas na Baixa de Olhão a preços reduzidos e a restaurá-las, uma tendência que está a mexer com a economia local e a dar vida ao coração da cidade piscatória.
Foi amor à primeira vista que o francês Jean-Louis Pallanca sentiu ao poisar o pé no porto de Olhão depois de uma viagem em veleiro desde França. Depois conquistaram-no também o sol, o mar, o peixe fresco, o mercado, o ambiente de uma cidade viva todo o ano, mesmo de inverno, e que não vive apenas do turismo.
Olhão tem todos os ingredientes apreciados pelo casal Pallanca, que decidiu comprar 2 casas na Baixa. A primeira, para viver, está no coração da cidade piscatória, custou 100.000 euros e tem vista para a Ria Formosa, garagem para o barco e 3 quartos. A segunda casa, que custou 50.000 euros, está a ser restaurada porque “é muita antiga”, explica Jean-Louis Pallanca, 66 anos, médico naturopata reformado, que acaba de lançar em França o livro “Hereuxe si je veux c’est possible”.
O casal francês admite que as casas de Olhão estão hoje a um “bom preço para os franceses”.
Da mesma opinião é Will Davies, britânico de 66 anos que está a viver em Olhão há 6 meses com a mulher, Jackie, após a compra de uma casa na Baixa por 130.000 euros.
Will conta que se apaixonou pela cidade porque lhe faz lembrar a vila onde nasceu, no sul do País de Gales. “A luz do sol é encantadora, absolutamente adorável”, constata Will Davies, antigo empresário e agora reformado, que optou por comprar casa em Olhão por causa do clima, da boa comida, dos habitantes e da segurança.
Will comprou casa em Outubro passado e está a “amar cada minuto” de viver em Olhão, mostrando-se “muito contente” com o preço da casa e perspectivando viver “todo o ano” na cidade à beira ria, porque a decisão tomada foi a de se mudarem permanentemente. “Espero viver aqui pelo menos 10 anos, se Deus me deixar ficar esse tempo todo”, diz, optimista e lançando uma gargalhada.
A gerente de uma imobiliária, Elsa Marques, vendeu nos últimos 3 meses 15 casas na Baixa de Olhão. A maioria dos compradores é reformada. Vieram de Inglaterra e França, mas também da Alemanha, Dinamarca e Finlândia. “Tenho a certeza de que eles [os estrangeiros] também vêm pelos bons preços que temos aqui em Olhão”, sustenta Elsa Marques, referindo que a maioria das casas da Baixa tem preços “abaixo dos 100 mil euros”.
A tendência, justifica, explica-se com a publicidade que a abertura de um hotel de 5 estrelas em Olhão fez da cidade.
“É tão típica, é uma cidade que ainda tem coisas antigas […], a maioria das casas aqui são quase todas de antes de 1951 e isso também faz a diferença para os estrangeiros, que gostam de sentir que estão a comprar algo histórico”, refere, sustentando que o fenómeno “só está a começar” e que “vai continuar”, porque em Olhão há tudo para os estrangeiros viverem bem, a preços mais baixos do que nas suas terras. A preferência pelo centro está também relacionada com o facto de muitos não terem carros. Alguns compram barcos para ir visitar as ilhas da Ria Formosa, acrescentou a gerente da imobiliária, referindo que estes reformados europeus estão a renovar o património de Olhão, optando pelo restauro e nunca pela demolição.
Esta chegada de reformados a Portugal também se explica com a introdução de isenções fiscais nas reformas.
A nova lei, que permite a isenção fiscal durante 10 anos para as pensões de reforma de cidadãos estrangeiros que residam em Portugal há mais de 183 dias, é um factor essencial para a nova vaga de imigrantes reformados.
Como se pode ver, a vida de reformado não é tão má como dizemos, nós, cidadãos europeus, o que pode fazer inveja a cidadãos de outros continentes…O nosso azar é sermos reformados europeus portugueses, o que não nos permite comprar casas nem na Baixa de Olhão nem sobreviver no Alto das nossas Serras…
A sorte do país é que estes reformados, em vez de deitarem as casas “velhas” abaixo, as vão restaurando, o que é uma mais-valia para o nosso Património construído. Valha-nos isso! Bem sabemos, pelos exemplos, que não é qualquer estrangeiro maltrapilho que se pode dar ao luxo de escolher o nosso país para os últimos anos antes do paraíso, até pelos países de onde provem: Inglaterra, França, Alemanha, Dinamarca e Finlândia, onde os reformados não vivem propriamente no nosso inferno.
E não é só Olhão que é um bom destino para os estrangeiros viverem bem, é o país inteiro, onde é tudo a preços mais baixos do que nas suas terras (porque tem melhores pensões) enquanto para nós, com os mesmos preços, o custo de vida é alto, porque as nossas pensões são baixas e ainda as querem mais baixas. A nós resta-nos a África…
Enquanto isso, aos reformados estrangeiros em Portugal a lei isenta-os de pagarem impostos sobre as ditas pensões durante 10 anos, o que não era mau se fossemos todos tratados de igual modo, como cidadãos europeus que somos, com os mesmos direitos, mas só no papel…
Estes tipos são todos de olhão, menos os de Olhão!

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