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quinta-feira, 3 de abril de 2014

Apanha-se mais depressa o Barroso do que um coxo…

O antigo ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, apresenta números diferentes dos apresentados por Durão Barroso sobre o valor que Portugal “tinha em caixa” quando solicitou ajuda externa, mas o ex-governante assegura que esse valor já incluía o pagamento de todas as responsabilidades do Estado, como salários e pensões.
Em reação à entrevista do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, ao semanário Expresso, o ex-ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, esclarece que “em meados de março de 2011, estimávamos que, feitos todos os pagamentos e todas as operações de financiamento previstas, chegaríamos ao fim do mês com um saldo que estaria na ordem dos 330 milhões de euros”. “Mas a mesma previsão apontava para que, em abril, tivéssemos um saldo acima dos 900 milhões de euros e assim por adiante”, revela Teixeira dos Santos, no programa ‘Conta Corrente’ do Etv que será emitido esta noite, sustentando aliás que a previsão dos 330 milhões “acabou por ser superada e atingir, na verdade, mais de 800 milhões de euros”.
Com estes esclarecimentos Teixeira dos Santos desmente as declarações de Durão Barroso de que o valor que Portugal “tinha em caixa” quando solicitou ajuda externa correspondia a “pouco mais de 300 milhões”.
O ex-governante esclarece, neste sentido, que foi a dificuldade de emitir dívida junto de investidores internacionais, associada à resistência da banca em comprar mais títulos da República, que antecipou o pedido de ajuda no dia 6 de abril de 2011. “Foi em abril, na operação que nós fizemos no dia 6, que sentimos, de facto, dificuldade em colocar essa operação. Foi concretizada, mas houve mesmo um sinal claro de que não era fácil colocar a dívida nos investidores estrangeiros”, reconhece Teixeira dos Santos.
Ninguém(?) percebeu o objetivo das entrevistas de Durão Barroso, enquanto presidente da Comissão Europeia, não só por estar (ainda) em tais funções, mas por se intrometer na narrativa da História recente de Portugal, em que ele foi autor do guião, ator, encenador, realizador e “produtor de eventos” na base das Lages…
Nas citadas entrevistas, que acentuou em 2 pontos estruturantes, uma contra o governo anterior do PS (não socialista), sobre o pedido de ajuda externa e o dinheiro em caixa e outra contra o governador do BdP, Vítor Constâncio do PS (não socialista), sobre a omissão de supervisão do BPN, depois de avisado por ele, PM. Ambos geraram polémica e as entrevistas quase se diluíram com a mesma rapidez como foram despoletadas…
Sobre o BdP, andam 2 forcados, um do PS, outro do CDS, a tentarem apanhar o touro “de cernelha”, tentando disfarçar a falta de coragem para o “pegar de caras”…
Entretanto, 5 manifestantes “anti touradas” vieram a público em defesa da moral e dos hábitos sãos, também por desconfiarem da estratégia “de cernelha”, quando o tourinho era manso…
Palavra contra palavra, a (meia) verdade costuma ficar do lado do menos mentiroso.
Sobre o “dinheiro em caixa”, fica aqui a explicação do ministro de então, já dada pelo PR anterior, que mostra que Durão Barroso veio mentir, mais uma vez, sabe-se lá porquê…
Palavra contra palavra, a (meia) verdade costuma ficar do lado do menos mentiroso.
E como um mentiroso compulsivo não tem cura repentina, fica apenas o mistério da oportunidade da entrevista e o segredo das mensagens…
“Apanha-se mais depressa um mentiroso do que um coxo” e mais depressa o Barroso!
José Manuel Durão Barroso viu as provas da existência de armas de destruição maciça. A sério. Ele viu-as. Disse-o na Assembleia da República, um lugar, de resto, onde há quem ache que pode dizer o que lhe venha à cabeça que no dia seguinte já ninguém repara.
Ana Sá Lopes
Foi em Londres, num briefing patrocinado pelo amigo Tony Blair, que aconteceu a visão - foi o que disse na altura Durão Barroso, para justificar o entusiasmo do seu apoio e do seu papel de mordomo do convívio açoriano entre Bush e Blair, que precedeu a declaração de guerra.
José Barroso, o vidente de Londres, tinha todas as certezas que, afinal, lhe vinham da abstracção com que justificou a invasão do Iraque: a fé. Era o dom da fé, a fé cega nos amigos Bush e Blair, que o fez embarcar na aventura cujos desastrosos resultados muitos previram.
Agora, o vidente tornou-se apóstata. Renegou a visão. Imagine-se que a irmã Lúcia, três anos após as aparições de Fátima, vinha dizer que, afinal, não confirmava. Que tinha partido de pressupostos errados. Que não era bem assim. Se a irmã Lúcia, três anos depois, tivesse feito isto, não havia Fátima. A apostasia de Durão Barroso, que um dia "viu" as alegadas provas da existência das armas de destruição maciça com a mesma fé com que a irmã Lúcia viu a Virgem, contribuiu para a espiral iraquiana sem fim à vista. Claro que a apostasia é agora feita com muito contentamento: politicamente, dá jeito a José Barroso tentar o impossível para se demarcar do caos do Iraque.
Para o presidente da Comissão Europeia, no actual contexto, é melhor passar por parvo, renegar a fé, abjurar o credo. Todos os agentes políticos sabem quando chegou a altura da vitimização. "A História fará o balanço. Era qualquer coisa de muito difícil para toda a Europa. A Europa estava dividida e eu prefiro dizer que agora estamos unidos, tentando fazer o nosso melhor para estabilizar tanto quanto possível o Iraque e a sua região", disse Durão no programa televisivo Le Grand Jury, em solo francês.
Durão Barroso, agora, promete o seu "melhor". Para quem acreditou que ele tinha mesmo visto as provas das armas de destruição maciça, a coisa consola.

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