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segunda-feira, 31 de março de 2014

O criminoso quer (sempre) voltar ao lugar do crime…

1. É público e notório que considero Durão Barroso como um exemplo negativo do que deve ser um político. De facto, Barroso concentra todos os defeitos que eu critico na classe política, nomeadamente aquele que aponto como o mais repugnante: o de ser fraco para dar a aparência de força. Passos a explicar: Durão Barroso, se analisarmos com rigor e cuidado analítico, concluiremos facilmente que a sua estratégia para subir na política foi sempre a de ser alguém fraco, oportunista, que se adapta às circunstâncias, sempre a pensar no seu interesse pessoal, que não olha a meios para atingir os seus fins e que, através de influências várias, chegou a Primeiro-Ministro de Portugal e a Presidente da Comissão Europeia. Se Durão Barroso chegou a Presidente da Comissão, significa que este cargo não pode ser muito relevante politicamente - é um cargo insignificante. E Durão Barroso honrou essa qualidade: foi um Presidente banalíssimo, temeroso, que não soube reagir às circunstâncias políticas, económicas e sociais, sem iniciativa, vergando-se a Angela Merkel. Enfim, Durão Barroso limitou-se a ser Durão Barroso - não podíamos esperar algo muito melhor quando o personagem político é, já por si, fraco e facilmente influenciável. E qual será o futuro de Durão Barroso depois de Outubro? Pois bem, Durão já anda a planear a sua vida pós-Comissão. Para esse efeito, decidiu conceder uma entrevista ao EXPRESSO, publicada no sábado. Evidentemente, o objectivo foi o de se reposicionar para um regresso à vida política portuguesa.
2. Com efeito, Durão Barroso, ao longo de toda a entrevista, lança farpas aos comentadores políticos. Que qualquer um pode ser um comentador político. Ora, subtilmente, esta farpa tem um destinatário: Marcelo Rebelo de Sousa. Ou seja, ser comentador é uma coisa banal, sem importância; enquanto ser Presidente da Comissão Europeia é um feito só ao alcance dele, Durão Barroso.
2.1. Em segundo lugar, Durão Barroso está com um ego tão grande que inventou a ideia de um Presidente da República apoiado pelos 3 partidos (PS, CDS e PSD). Em quem é que Barroso pensava quando lançou a ideia? Pois bem, em si próprio. Se pensarmos bem, Durão Barroso julga que, como apoiou um governo socialista, e agora aguenta um governo do Partido Social-Democrata, poderá ser a única personalidade portuguesa que conseguirá apoios em ambos os partidos. Quanto ao CDS/PP, virá por acréscimo: será arrastado pelas circunstâncias e pela necessidade de apoiar o candidato do PSD. Com José Sócrates, Durão Barroso era o Presidente da Comissão do "porreiro, pá!"; com Passos Coelho, Durão Barroso foi o homem que precipitou a ida do líder do PSD para o Governo e o tem aguentado firmemente. Por outro lado, a ideia de Durão Barroso é a seguinte: as eleições legislativas e presidenciais serão seguidas. Já se percebeu que nenhum partido político terá, por si só, maioria absoluta: logo, teremos um Governo de "bloco central". Consequência: PS e PSD não poderão, depois de estar há poucos meses em coligação no Governo de Portugal, andar em campanha a criticarem-se mutuamente. Logo, o cenário que se irá impor é a de um candidato presidencial apoiado pelos 2 partidos. E ele - Durão Barroso - porque é um político de "gelatina", que não tem convicções, nem personalidade - poderá agradar aos 2 partidos, porque teve a experiência da Comissão Europeia em que se relacionou bem com os 2 partidos.
As tangas de Barroso!
Na minha opinião, a desonestidade de Durão Barroso é revelada em todo o seu esplendor quando se refere a "nós, portuguese" e ao "nosso Portugal". Pois, Durão Barroso andou 10 anos a dizer que não, enquanto Presidente da Comissão não era português, esquecia a sua nacionalidade -tinha de exercer as suas funções com imparcialidade. Agora, como já lhe interessa, lembrou-se que é português!
Por último, Barroso mente e é contraditório. Mente quando diz que a Comissão Europeia não incentivou o Governo Sócrates a realizar investimento público para fazer face à crise; é contraditório, porquanto diz que confidenciou a Passos Coelho que há limites para a austeridade e, depois, afirma que não havia outra caminho à austeridade que está a ser aplicada em Portugal. Além disso, Barroso foi o Presidente da Comissão Europeia que permitiu que os grandes - como a Espanha e a França - violassem sucessivamente o défice previsto nos Tratados! E agora, descobriu as virtudes do controlo dos défices? Enfim, Barroso, depois de tramar os portugueses, quer continuar no poder...seja ele qual for.
Concluo com uma constatação: Durão Barroso é sempre um prenúncio da tragédia de uma instituição. Primeiro, Barroso foi Presidente do PSD - e a partir dele, o PSD veio sempre a cair, atingindo com Santana Lopes o seu mínimo eleitoral e com Passos Coelho, o seu mínimo em termos de qualidade dos seus dirigentes; foi Primeiro-Ministro de Portugal, abrindo uma "época trágica" para Portugal e para os Portugueses; chega a Presidente da Comissão Europeia, a Europa entra em decadência e a União Europeia uma realidade política cada vez mais frágil e irrelevante. Se Durão Barroso chegar a Presidente da República, será provavelmente o sinal de que estamos literalmente tramados... E isso não é porreiro, pá!
João Lemos Esteves

2 comentários:

  1. Hácoisa que meparecemnão bater certo: Onde estão os arautos da independencia nacional e que clamavam que devemos sempre manter as decisões aqui em Portugal? Nãoqueros er caustico mas noto que os argumentos mudam conforme somos a receber da UE ou somos aassumir responsabilidades com a UE. O caso mais flagrante é a aversão com a sra merkl =devia ser solidaria .Sim ?porque? porque é ela a pagar? é que quando toma posições a favor da Alemanha já devia ser diferente? a coerencia é um bem para nós proprios; respeitamos-nos mais

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    1. A Sra. Merkel devia ser solidária porque é a que mais ganha com esta roubalheira!
      Durão é que devia ser mais duro com ela...

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