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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Uma carta para ser lida a quem sofre de iliteracia social

“Rogo a todos para que garantam que a humanidade seja servida pela riqueza e não regida por ela”. A frase consta da mensagem enviada a partir do Vaticano para Davos, na Suíça, onde, entre 22 e 25 de Janeiro, se reúne a cimeira da política e da economia mundial, o Fórum Económico Mundial. A edição deste ano, a 44.ª, prende-se com “O Mundo em Reformulação: Consequências para a Sociedade, Política e Empresas”.
A carta do Vaticano pede aos participantes do Fórum Económico Mundial para colocarem a inovação ao serviço da humanidade. “Aqueles que demonstraram a capacidade para serem inovadores e para melhorarem a vida de muitas pessoas podem, através do engenho e da competência profissional, contribuir ainda mais ao colocarem a sua perícia ao serviço daqueles que estão a viver em extrema pobreza”, escreveu o Papa Francisco, numa mensagem lida no discurso de abertura do Fórum, a 21 de Janeiro. 
O que é o Fórum?
Segundo o site oficial, o Fórum Económico Mundial, conhecido pela terra que o recebe, Davos, é uma organização internacional independente, cujo intuito é o de "melhorar o estado do mundo", algo que pretende concretizar com a junção de líderes empresariais, políticos e académicos "para dar forma às agendas global, regionais e industriais".
“Rogo a todos para que garantam que a humanidade seja servida pela riqueza e não regida por ela”, pediu ainda o Papa Francisco na sua comunicação, onde considerou “intolerável” que “milhares de pessoas continuem a morrer à fome todos os dias, apesar de haver uma quantidade considerável de alimentos disponíveis”. É contra esses factos que o sucessor de Bento XVI solicita uma “nova mentalidade política e empresarial” e é por isso que pede que os pobres sejam vistos para além de um olhar assistencialista.
Pela 44.ª vez se realiza um fórum para procurar soluções para a pobreza e a fome, baseadas na boa vontade ou na consciência social de muitos dos protagonistas que são os responsáveis por essas desigualdades crescentes no mundo e pela concentração da riqueza em muito pouquinhos.
Partindo do princípio de que o Papa Francisco não é inocente, só podemos pensar que a sua carta não passa de uma tentativa de borrar a agenda da hipocrisia e apontar o dedo aos participantes, mesmo sabendo da iliteracia social que reina entre eles, que farão ouvidos moucos, continuando com a mesma louca estratégia até ao 45.º fórum…
Vamos seguindo as intervenções que debatam o tema que o Papa lançou para a mesa, mesmo sabendo que haverá jogadas em que o bluff será persistentemente dominante…
“Vox Dei, vox populi est”

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