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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Aumentar os Descontos para Sustentar o Estado…

A partir de março, e sob o lema de garantir a autossustentabilidade da ADSE, os funcionários e pensionistas do Estado vão passar a descontar 3,5% para o subsistema de saúde. Mas, consultados economistas, para tentar perceber a justificação do Governo ao aplicar esta medida, provam que a ADSE já se paga a si própria desde 2012.
Acontece que, todos são unânimes na defesa de que o subsistema de saúde do Estado já é autossustentável, contrariamente ao que afirma o Executivo.
“A despesa em 2012 rondou os 457 milhões de euros, mas se descontarmos daí medicamentos, meios complementares de diagnóstico e terapêutica, e outros cuidados que teriam de ser assegurados de qualquer forma pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), a despesa [da ADSE] fica-se pelos 170 milhões de euros”, destaca o economista Mendes Ribeiro. Neste sentido, prossegue, se os beneficiários deste subsistema de saúde do Estado contribuíram nesse ano com 214 milhões de euros, a despesa, conclui o economista, “ficava mais do que paga”.
No mesmo sentido, o economista Pedro Pita Barros sublinha que aumentar para “3%” os descontos para a ADSE seria “mais do que suficiente”.
Outro economista, Eugénio Rosa, conclui que “o aumento brutal dos descontos nos vencimentos e pensões torna-se ainda mais chocante quando visa criar excedentes para financiar o Orçamento do Estado”.
Recorde-se porém que, quando a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, anunciou esta medida, repetiu que tal prende-se com a antecipação de um compromisso firmado com a troika de garantir a autossustentabilidade dos subsistemas públicos de saúde.
Há dias, quando foi divulgada a ameaça dos descontos para a ADSE, José Manuel Silva, Bastonário da Ordem dos Médicos, na sua página do Facebook, levantava muitas dúvidas sobre a necessidade e a seriedade de tais aumentos e concluía: “Enquanto não me mostrarem estudos credíveis sobre o deve/haver da ADSE, mantenho a convicção de que este aumento brutal de descontos para a ADSE é profundamente injusto e injustificado”.
Pelos vistos, alguém leu a mensagem e já temos aqui algumas respostas, que lhe davam toda a razão:
Mendes Ribeiro: Em 2012 a despesa da ADSE foi de 170 milhões de euros e os beneficiários contribuíram nesse ano com 214 milhões de euros.
Ou seja, houve 44 milhões de superavit!
Pedro Pita Barros: 3% de descontos para a ADSE seria mais do que suficiente!
Basta ter em conta as contas acima, cujo lucro seria menor, mas lucro…
Eugénio Rosa: O aumento dos descontos para a ADSE visa financiar o Orçamento do Estado.
Se fosse para capitalizar o subsistema, até poderiam baixar os descontos…
Tendo em conta que a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, justificou esta medida, com um compromisso com a troika de garantir a autossustentabilidade dos subsistemas públicos de saúde, ou os funcionários da troika não tinham feito as contas ou ela também não as fez ou ambos fizeram e viram uma galinha que podia ser pilhada…
Só não se entende o silêncio do ministro da Saúde, Paulo Macedo, que tendo a fama (e o proveito) de rigoroso e sério, se mantenha em silêncio e não confesse a aldrabice (a desobriga está próxima) para que está a ser envolvido…
Tudo isto prova que todas as medidas que visam roubar funcionários públicos e reformados se baseiam apenas no despotismo, na manipulação contabilística, no eco conluiado dos media e nas condições de impotência de reação dos visados.
E prova que os cortes não são tão cegos como se diz, mas voluntariamente certeiros e mal-intencionados…
É roubar vilanagem, enquanto não chega o tempo do julgamento!

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