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sábado, 14 de dezembro de 2013

Portas plagiou leilões (mais caros) de passaportes…

Desde 2010, as autoridades de Riga concedem autorizações de residência a estrangeiros que desejam investir na economia local. Por isso, muitos chineses compraram bens imobiliários, para poderem aceder a esta preciosa porta de entrada para a Europa.
Estará a Letónia, pequeno país do Báltico com 2.000.000 de habitantes, membro da União Europeia desde 2004 e do espaço Schengen desde 2007, a tornar-se a porta de entrada de chineses na Europa? Segundo a lei da imigração aprovada em 2010, podem ser concedidas autorizações de entrada na Letónia, e portanto na UE, aos estrangeiros que invistam na economia letã ou que comprem bens imobiliários no país.
Na maior parte dos países europeus, alguns chineses a mais ou a menos passariam despercebidos. Mas a Letónia não é de modo algum um país de imigração. O facto de, a partir de 2010, ali terem chegado centenas de chineses suscita muitas perguntas, inclusive no Parlamento.
Nos 8 primeiros meses de 2013, 235 chineses requereram autorizações de residência, ou seja, 10% do número total de estrangeiros que o fizeram. O número de transações imobiliárias concluídas por cidadãos chineses, através da empresa Rent in Riga, aumentou 8 vezes, nos 8 primeiros meses de 2013, em comparação com 2012. Os registos desta empresa indicam que só um dos seus clientes chineses tinha intenção de viver na Letónia. Os outros alugam o apartamento que adquiriam.
A empresa letã Baltic Cotton Road presta serviços aos chineses que querem implantar-se neste país do Báltico. No seu site, a empresa anuncia claramente o mote: “Compre uma propriedade na Letónia, receba uma autorização de residência válida por 5 anos e viaje livremente por toda a Europa.”
Apoiar o setor imobiliário
O proprietário pode também viajar sem visto por todo o espaço Schengen e a Baltic Cotton Road oferece-se para gerir em seu nome os bens adquiridos. A autorização pode ser obtida em 1 mês e o valor mínimo do bem imobiliário deve situar-se entre os 70.000 e os 140.000 euros, consoante as regiões. Outras empresas disponibilizam serviços semelhantes para aquilo que é apresentado como o melhor investimento para aceder à Europa.
Para o Governo letão, tratava-se de apoiar o setor imobiliário, cujos preços tinham sofrido uma forte queda. Violentamente atingida pela crise de 2008, logo desde o começo desta, a Letónia beneficiou de um plano de ajuda de emergência da Comissão Europeia e do Fundo Monetário Internacional.
Depois de ter posto em prática uma política de austeridade drástica e estabilizado a economia, o primeiro-ministro, Valdis Dombrovskis, reconduziu o país para a via do crescimento. Contudo, viria a demitir-se, com o seu Governo, em 27 de novembro, decidindo assumir a responsabilidade política e moral pelo desabamento, em 21 de novembro, do teto de um supermercado dos arredores de Riga, que causou a morte de 54 pessoas e cujas causas ainda não foram apuradas.
Mas, nos últimos meses, a posição de Dombrovskis fora já seriamente abalada, no interior da sua própria coligação, em especial por deputados nacionalistas que queriam alterar a lei sobre as autorizações de residência, como contrapartida para o seu apoio ao orçamento de 2014.
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2 comentários:

  1. O estar sempre dependente do tacho publico tem destes erros: fim dum espaço que dá uma visão europeia dos problemas -o que para nós que alem do futebol e fatima só temos as narrativas dos nossos jotinhas e tropa blogdanga ajuda a ver para lá das narrativas.

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    1. O Portas não é jota! Mas andou a vender a nacionalidade a troco de 500 milhões na compra de uma casa, o mesmo já fez Malta, mas a preços intermédios...

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