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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Os catadores do “lixo” classificado por interpostos…

Estas são as primeiras posições qualificadas conhecidas desde a OPV e, no caso do Deutsche Bank, que foi à venda directa de títulos dos CTT (antes da entrada em bolsa), representou um investimento de 17 milhões de euros.
Os CTT anunciaram que o Deutsche Bank AG London, sucursal do Deutsche Bank AG, tem uma participação qualificada de 2,04% na empresa e que a norte-americana Goldman Sachs tem uma posição de 4,998%.
Para o Deutsche Bank AG, instituição sediada em Frankfurt, Alemanha, com um total de 3.063.798 títulos dos Correios de Portugal, a operação representou um investimento de 16,9 milhões de euros nos CTT.
O grupo Goldman Sachs adquiriu 7.496.479 milhões de títulos, ou 4,998% do capital e votos.
Estas são as primeiras posições qualificadas nos CTT conhecidas desde a oferta pública de venda (OPV) que permitiu ao Estado o encaixe de cerca de 580 milhões de euros. A maioria da procura de acções dos Correios destinadas a investidores institucionais (mais de 50% do capital) teve origem no estrangeiro.
O Governo quer privatizar a Caixa Seguros através de venda direta. O prazo para apresentação das propostas vinculativas da Apollo e da Fosun termina no dia 16, sendo que a decisão final deverá ser anunciada no início de 2014.
Quem vencer a privatização do negócio segurador da Caixa Geral de Depósitos (CGD) terá de pagar 100 milhões de euros de prestação pecuniária inicial, uma espécie de sinal definido muitas vezes em processos de privatização, mais uma garantia bancária, correspondente “à diferença entre o montante global do preço oferecido para a compra e o montante da prestação pecuniária inicial”.
Relembrando que o Memorando foi aprovado em conselho de ministros a 5 de Maio de 2011 e que as Eleições Legislativas se realizaram em 5 de junho de 2011, logo um mês depois, a 5 de julho de 2011 a Moody's foi a primeira agência a empurrar Portugal para o "lixo", o que nos leva à conclusão de que os dias 5 de cada mês não nos são favoráveis, mas sobretudo que a classificação de tudo que era nosso património correspondia a lixo nos deixou psicologicamente de rastos, chegando muita gente a pensar que realmente tudo por cá cheirava mal e por isso não valia nada.
Por sua vez o Memorando já previa que não havendo nada de “valor” o melhor era mesmo vender o “lixo”, porque nos Mercados há sempre uns catadores que compram para reciclarem…
Pelo que já pudemos constatar, na PT, na EDP e na REN lá surgiram uns filantropos que nos livraram dos lucros que o tal “lixo” nos ia dando, transferindo-os para empresas estrangeiras, que não são muito seletivas na separação dos resíduos sólidos…
Entretanto, por razões de tesouraria, lá venderam a ANA a outros estrangeiros, a crédito, que só passado 1 ano cobriram a dívida…
Já sobre a TAP, como o pretendente, também estrangeiro, meio desconhecido e parecendo mais um “sucateiro” do que um “catador”, não admitiram a proposta do dito, com medo de a frota dos aviões vir a ser desmantelada…
E eis que chegou a hora da venda do “lixo” dos CTT e pasme-se, mais estrageiros, que pretendiam mais de 50% do “contentor”, atiraram-se a catar o que podiam e dava poder, sobressaindo o Goldman Sachs (que honra!) e o Deutsche Bank (que garantia!), o primeiro com catadores profissionais e bem colocados na estrutura do Estado e o segundo com catadores profissionais nas estruturas da União.
Bem vistas as coisas, só temos que agradecer o desprendimento destas 2 instituições, que sabendo que estavam a comprar “lixo” (acreditando na seriedade e rigor das Agência de rating), mesmo assim nos quiseram ajudar, deixando-nos com pouco “lixo” para vender, reduzindo as nossas despesas com a “recolha e tratamento” do mesmo…
Só nos fica uma dúvida, talvez duas: eles são nossos amigos ou no “lixo” haverá algumas pepitas de ouro? Ou serão eles espertos (e bem informados) e nós, realmente, “burros mirandeses”?
O negócio dos Estaleiros de Viana, não devem ser considerado neste rol de “imundices”, por ser um “lixo” à parte e “alugado” por um portuguesito…
Falta ainda vender o “lixo” da Caixa Seguros (é só lucros e boas perspetivas) e já não faltam catadores, nacionais do setor da Saúde (à espera dos cortes na saúde Pública e na prevalência do setor Privado), mas novamente estrangeiros, um chinês e outro norte-americano. Eu bem digo há muito que isto do lixo e do ambiente é o negócio do século, ad seculorum
No fim de tudo isto, esperemos que as “Águas de Portugal” não tenham o mesmo destino, não só por impedimento de Bruxelas, mas porque é com a água que conseguiremos “lavar” a porcaria que nos restar e a que os estrangeiros irão fazer.
Ninguém dúvidas de que as privatizações são um saque e uma forma velada de pagarmos em género a dívida externa que Portugal contraiu, com a maior fatia da responsabilidade dos privados (bancos e empresas), que tem sido inocentados de pagarem sozinhos e conseguiram que fossem os contribuintes a ajudar os ricos. O tal socialismo dos bancos…
Só me fica uma dúvida metódica, que tem a ver com a necessidade, tão apregoada, de Investidores estrangeiros, mas penso que não seriam nestas áreas, mas na área da produção e da criação de riqueza. E estes “investidores” não são financeiros e não estão a mandar-nos plantar batatas?
Mais uma vez se prova, que “quem desdenha quer comprar”…
...e que os catadores de “lixo” são catadores de luxo…

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