Enquanto o Presseurop deverá acabar a 20 de dezembro, o presidente do Parlamento Europeu deplora o facto de o nosso contrato com a Comissão Europeia não ser renovado. Este também realça o papel fundamental do nosso site para informar os cidadãos a escassos meses das próximas eleições europeias.
A ideia europeia é uma ótima ideia e, no entanto, a Europa sofre. Os europeus estão ávidos de notícias e, no entanto, os media fecham. Os cidadãos europeus têm falta de informação sobre a Europa e, no entanto, os sítios que se dedicam a preencher essa lacuna e a alimentar o debate sobre os desafios do nosso continente desaparecem.
É a triste sorte que parece esperar o Presseurop. Fundado em 2009, este sítio inovador percorreu, no entanto, o seu caminho na teia de informação europeia e aí encontrou, sem contestação, o seu lugar. Disponível em 10 línguas e, assim, acessível a 85% dos cidadãos europeus, permite-lhes tomar o pulso à imprensa europeia e mundial. Concentrando-se nos desafios europeus e nos assuntos da União Europeia, o Presseurop não é uma tribuna servil das instituições, mas oferece uma análise crítica bem como uma informação tão acessível quanto objetiva.
Graças a um sistema inovador de tradução instantânea, este sítio permite mesmo aos europeus trocarem opiniões entre si, em 10 línguas, e tornou-se, assim, em poucos anos, um espaço de discussão transnacional. Imagine-se uma grande maioria de europeus a poderem discutir os assuntos comuns na sua própria língua e a serem compreendidos por todos: à sua escala, o Presseurop realizou um sonho europeu!
Não existe nunca um bom momento para que um órgão de comunicação social desapareça, mas o fim do Presseurop acontece num contexto particularmente sensível. A 6 meses de um escrutínio que os partidos hostis aos valores europeus prometem perverter, o desaparecimento de um meio de comunicação social pan-europeu é uma péssima notícia. Uma péssima notícia para os nossos concidadãos que procuram informação e debate sobre o projeto europeu, para os jovens que se informam maioritariamente na Internet e privilegiam as redes sociais nas quais o Presseurop é reconhecido como uma referência de informação europeia e, muito simplesmente, uma péssima notícia para todos os defensores da Imprensa. É, também, uma péssima notícia para a nossa democracia numa altura em que as próprias instituições europeias estão a financiar uma grande campanha de informação e de sensibilização sobre as eleições europeias mas são incapazes de estender a mão a um meio de comunicação social que se dedica a cobrir essas eleições de maneira independente.
Não defendo o apoio automático e incondicional das forças públicas aos media. Mas no contexto particular de uma ausência de uma opinião, de uma consciência, de uma curiosidade transeuropeia assídua, o papel do Presseurop é essencial.
Enquanto presidente do Parlamento Europeu, não está nas minhas mãos emendar a decisão da Comissão Europeia de não renovar o seu financiamento ao Presseurop. É, no entanto, meu dever lamentá-la profundamente. A Comissão Europeia deveria ter o firme desejo de proteger uma Imprensa independente, pluralista, multilingue. Jamais deveria estar na origem da extinção de uma bela voz pan-europeia.
Pode assinar aqui a petição "Salve o Presseurop"
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