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terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Uma outra narrativa por outro desenhador de BD…

O primeiro-ministro diz que o programa de ajustamento negociado com as instituições internacionais (troika) estava mal calibrado ao partir de um défice irrealista e que foi isso, e não a vontade de ir além dos objetivos definidos no plano da troika, que obrigou o Governo a adoptar medidas muito mais violentas. “As medidas tiveram de corresponder aos objetivos traçados e durante algum tempo acusou-se o Governo de querer ser mais 'troikista' que a troika”, explica o primeiro-ministro, dando conta de que a base de partida definida pelo Governo de Sócrates no PEC IV tinha “perspetivas de défice, quer para 2010 como para 2011, irrealistas”.
O primeiro-ministro defende que “não é possível diminuir de forma sustentada a despesa do Estado sem mexer em pensões e salários”.  Esta aposta declarada no empobrecimento não impede Pedro Passos Coelho de afirmar, em contrassenso, que o Governo não pretende “um modelo de desenvolvimento assente em baixos salários”, garantindo que discorda da medida defendida pelo FMI de baixar mais as remunerações no sector privado, por considerar que o sector já corrigiu "em termos nominais cerca de 11% do valor dos salários".
Quando questionado se o Governo não terá privilegiado os cortes em salários e em pensões em vez de cortar nas rendas da energia ou nos contratos das PPP, Passos Coelho responde que essa análise invoca "uma grande demagogia no juízo populista". "Qualquer ideia que se pretenda vender ao país de que o Governo está a impor um sacrifício exagerado aos portugueses e, em particular, aos funcionários públicos, que era completamente dispensável se tivéssemos a coragem de ir buscar o dinheiro aos ricos, pressupõe uma mentalidade que julgava já afastada do pensamento mediano em Portugal", defende.
O chefe do Governo considera especial a conjuntura que estamos a viver, pelo que, mesmo com um desempenho orçamental melhor em 2013, não há qualquer margem de manobra para 2014.
Para 2015, ano de eleições legislativas, Passos Coelho diz que não garante a descida do IRS, o que quer dizer que a sobretaxa de 3,5% pode manter-se.
A maioria dos jovens portugueses entre os 15 e os 24 anos, mais precisamente 57%, admite emigrar ou já emigrou para outro país em busca de emprego. É o que revela um estudo sobre emigração, aplicado pela empresa de estudos de mercado GfK em 12 países.
Para além dos jovens, ainda pensam em emigrar 44% das pessoas entre os 35 e os 44 anos, 40% dos portugueses entre os 45 e os 54 anos, 22% das pessoas entre os 55 e os 64 anos, e com mais de 65 anos, 25% ainda pensa em emigrar.
Até parece que só agora descobriram que o Memorando da troika estava mal desenhado, quando Vítor Gaspar foi o primeiro a desculpar-se com este álibi, a 19/03/2013, para justificar as sucessivas revisões das metas (retificação das previsões e asneiras) que o Governo vinha efetuando, mas foi preciso esperar até à 7.ª avaliação da troika – com 80% do programa já executado – para o reconhecer, quando de início propalaram que o mesmo memorando era mesmo o Programa de Governo que o seu partido adotaria...
E foi o mesmo ministro das Finanças e o próprio PM que disseram que o ir para além da troika era opção do executivo, para alcançar a qualquer preço o caminho da redenção, decisões aliás confirmadas pela troika, mas sempre apropriadas pelo triunvirato…
Há por aqui muita falta de memória, ou como dizia ontem Marco António, se há coisa de que não se pode acusar o Passos Coelho, é o de faltar à palavra (ah!, ah!, ah!)…
Mas não é só a falta de palavra que define o caráter do PM, são também as contradições. Passos Coelho não fez mais do que cortar em salários e pensões (no Público) e de contribuir para os salários no Privado terem descido 11%, como o próprio assinalou e logo de seguida vem dizer que o Governo não defende um modelo de desenvolvimento assente em baixos salários, garantindo discordar da medida defendida pelo FMI de baixar mais as remunerações no sector privado…
Para sublinhar mais a contradição, PPC não desiste de querer baixar ainda mais os salários dos Funcionários Públicos e de roubar uma parte das pensões dos reformados…
E já não bastavam estas suas acrobacias demagógicas, para vir acusar de demagogos os que o acusam de ter privilegiado os cortes em salários e em pensões em vez de cortar nas rendas da energia ou nos contratos das PPP, com uma declaração lapidarmente ideológica e classicista:  “Qualquer ideia que se pretenda vender ao país de que o Governo está a impor um sacrifício exagerado aos portugueses e, em particular, aos funcionários públicos, que era completamente dispensável se tivéssemos a coragem de ir buscar o dinheiro aos ricos, pressupõe uma mentalidade que julgava já afastada do pensamento mediano em Portugal”.
Mas para 2015, ano de eleições, até põe a hipótese de baixar o IRS e talvez o IVA, o que dará uns trocos aos “pobrezinhos” em troca de votos, para depois, como homem de palavra, voltar aos cortes, baixar salários e continuar a roubar os “grisalhos”…
Entretanto e sem qualquer ligação(?) com a política redesenhada por este governo, embora obedecendo sempre à troika e com uns pozinhos a mais do que o exigido, chegamos a esta situação, prevista e pré-anunciada por PPC e acólitos, da emigração em massa, não só de jovens, mas também portugueses de meia-idade e, pasme-se, também uma boa percentagem de gente em idade de reforma, que esvaziará o país e calibrará o “menos Estado” com “menos população”…
É um Rio a transbordar de asneiradas e pequenas mentiras para serem ouvidas por gente grande…
Haja pachorra!

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