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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Entre o “inverno” e o “inferno” venha o diabo escolher

A 16 de outubro, o representante do FMI na Grécia, Poul Thomsen, provocou uma onda de frio ao exigir do Governo greco um corte suplementar de mais 2.000 milhões de euros em 2014.
Poul Thomsen “desempenha um papel duro”, escreve Ta Nea, que sublinha que “esta chantagem para novas medidas poderá atrasar o novo ciclo de negociações com a troika para desbloquear a próxima tranche de 1.000 milhões de euros, que poderá não começar antes do início de novembro”.
"Até Junho, vai ser um inferno. Tudo será analisado e julgado com nossos credores", disse o ministro das Finanças, Yannis Stournaras, num dia em que os jornais gregos deram grande destaque a estas preocupações, que descrevem a Grécia como um "refém" no "jogo" entre a troika.
O diário popular centro-esquerda diária Ethnos, por exemplo, titula: "chantagem da troika para um novo memorando".
Atenas e os seus credores internacionais diferem na questão da extensão das necessidades de financiamento da Grécia até 2016, bem como na forma de as preencher. Estas necessidades dizem respeito a um "buraco financeiro", relacionadas com os reembolsos de empréstimos do governo, e a um "buraco orçamental", que diz respeito à relação entre receitas e despesas públicas nas estimativas orçamentais de médio prazo.
No projeto de parecer sobre o Orçamento do Estado para 2014, "o Conselho Económico e Social (CES) considera inaceitável que esta redução remuneratória atinja funcionários de baixos rendimentos, visto que serão abrangidos os funcionários com salários superiores a 600 euros". O CES sublinha que não pode "deixar de discordar com a forma como se vai processar essa prioridade de redução da despesa".
Condena, por isso, que tal diminuição seja feita "através de reduções remuneratórias e de reduções da despesa com prestações sociais, numa altura em que já se verificaram elevadas perdas de rendimento com impacto na procura interna e na qualidade de vida".
O projeto de parecer, elaborado pelos conselheiros João Ferreira do Amaral e João Machado, sugere que "a consolidação orçamental deve ser focada na redução das despesas com consumos intermédios e nas despesas de funcionamento do Estado, em detrimento de mais penalizações sobre os trabalhadores das Administrações Públicas e do Setor Empresarial do Estado e pensionistas, e em detrimento de aumentos da carga fiscal", que prevê cortes nos salários dos funcionários públicos de 2,5% a 12%.
Este corte substitui os cortes entre 3,5% e 10% que entraram no Orçamento do Estado para 2011, mas que se aplicavam a partir dos 1.500 euros.
E cá temos um carrasco bem pago (presume-se) para vergastar ou guilhotinar um povo com a mesma indiferença com que atropelamos um gato. Nem sei se o dito Sr. é bom homem e bom pai de família, mas que é obstinadamente cumpridor de uma prática antissocial contrária aos relatórios da instituição que o “marioneta” não há dúvidas…
E como as medidas são as mesmas que nos receitaram, lá pela terceira vez, cá pela segunda, está-se mesmo a ver o que espera, mesmo que haja defensores espertos, como MRS, que concorda com o PR em não mandar para fiscalização preventiva o OE2014, porque, diz ele, quando o TC decidir da ilegalidade das propostas de roubos, a troika já está de saída. Está, está… Bem se diz e se vê, que estes carrapatos nunca mais nos largam (como já se viu na Irlanda), porque nunca mais teremos possibilidades de pagar a dívida, sem dúvida!
Como se tem verificado, os reparos que o CES tem feito acerca dos Orçamentos de Estado anteriores tem-se concretizado, pelo que merece toda a confiança mais este aviso, entre outros negativos, que também nos trará, não um “inverno”, mas um “inferno”, em que o diabo não é o Sr. dos olhos azuis, mas compatriotas com formação político-religiosa e com representação delegada, democraticamente…
Entre o “inverno” e o “inferno” venha o diabo e escolha!
Haja caridade(zinha)!

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