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domingo, 20 de outubro de 2013

“Too big to fail” ou “Too big to fuck us”?

Oito bilhões de euros (cerca de 24 bilhões de reais): segundo cálculos do jornal alemão Die Welt, foi o custo da crise financeira para a economia mundial. Ela teve início exatamente há 5 anos, em 15 de setembro de 2008, quando declarou insolvência o banco de investimentos Lehman Brothers, dos Estados Unidos.
Henry M. Paulson                                                     Richard Fuld
Foi o ápice de uma crise que já estava em ebulição há muito tempo no mercado imobiliário americano, devido a empréstimos hipotecários com más garantias, os chamados subprimes. O que se seguiu é bem conhecido: a economia mundial entrou em recessão profunda, os países tiveram de preparar pacotes bilionários de apoio conjuntural, bancos e companhias de seguro de todo o mundo foram salvos do colapso com verbas bilionárias pagas pelo contribuinte.
De imediato, o G20 se reuniu para apagar o incêndio da crise. A promessa na época era que, no futuro, nenhum agente ou produto financeiro continuaria desregulado. Reformas foram iniciadas para, principalmente, evitar que a falência de um banco pudesse vir a afetar todo o sistema e que os contribuintes deste mundo não tivessem que pagar pela jogatina falida dos bancos.
Os bancos estão seguros?
Hoje, 5 anos após o colapso do Lehman Brothers, a pergunta é: isso poderia vir a repetir-se amanhã ou o mundo financeiro está agora mais bem preparado para acontecimentos dessa ordem? A resposta não é tão clara assim, tratando-se antes de um "sim, mas...". Por exemplo, para Andreas Dombret, membro da diretoria do Banco Central alemão, diz que é cedo demais para suspender o estado de alerta.
Essa opinião também é partilhada por Jörg Asmussen, representante alemão na direção do BCE, que desaconselha que se superestime a "calma relativa" que reina nos mercados financeiros. Mas, apesar de tudo, houve avanços, ressalva.
Martin Faust, da Frankfurt School of Finance and Management, concorda. "Certamente fizeram-se alguns avanços. Hoje, os bancos estão equipados mais solidamente com capital próprio", disse. No entanto, o facto de alguns bancos serem grandes demais ainda é um problema. Se um desses bancos entrar em dificuldades, os Estados, ou seja, os contribuintes, terão que continuar a apoiá-los. "Não houve consequência suficiente. Existe esse conceito de 'too big to fail'. Aqui, na verdade, o tamanho dos grandes bancos internacionais deveria ter sido reduzido", comentou Faust.
Risco de crise continua
Também Sven Giegold, crítico da globalização e eurodeputado pelo Partido Verde, crê que a regulamentação do setor financeiro está no caminho certo. No entanto, o perigo não foi banido, de forma alguma.
Embora os bancos disponham atualmente de mais capital próprio, o reino sombrio dos derivados financeiros esteja cada vez mais transparentes e os fundos de hedge, pelo menos sendo supervisionados, "os perigos de uma crise não foram banidos, porque o endividamento excessivo continua igual", afirmou Giegold. "Assim, estamos sentados sobre a mesma bolha de dívidas, que pode sempre levar a grandes irregularidades, em diferentes setores."
Um passo a mais na prevenção de crises foi dado na última quinta-feira (12/09) pela União Europeia, quando o Parlamento Europeu abriu o caminho para uma supervisão bancária europeia sob a égide do BCE. Dentro de um ano, tal supervisão deverá iniciar suas operações.
De olho no sistema bancário paralelo
Nos próximos anos, também deverá ser controlado o setor bilionário do chamado shadow banking, o sistema bancário sombra ou paralelo, que sustenta operações financeiras fora do alcance das entidades de regulamentação. No seu último encontro da Cimeira, em São Petersburgo, o G20 aprovou finalmente, no início de setembro, um cronograma para poder controlar melhor os fundos de hedge e outras instituições financeiras não reguladas.
Assim, disse a chanceler federal alemã, Angela Merkel, pretendeu-se deixar claro que "nós mantemos a nossa palavra de que todo o agente financeiro, todo o centro financeiro e todo o produto financeiro devem ser submetidos a uma regulamentação. E, nisso, o mundo tem que trabalhar em conjunto".
Por isso, ainda há algum trabalho a fazer. De acordo com Michael Hüther, diretor do Instituto da Economia Alemã (IW), resta um "longo processo de desenvolvimento e aprendizagem". Mas o caminho traçado está predominantemente correto.
Semelhante aos diagramas de saída de incêndio, que se costuma afixar nos edifícios, também os bancos têm agora os seus planos de emergência, que são também conhecidos pelas entidades de supervisão financeira. E isso tira grande parte da insegurança. "Porque o decisivo no dia 16 de setembro, a terça-feira após a falência do Lehman Brothers, foi que ninguém sabia o que devia ser feito. Ninguém atendia ao telefone", aponta Hüther.
Foi realmente necessário?
E até hoje outra pergunta não foi respondida: foi realmente correto deixar o Lehman Brothers falir, ou deveria ter sido apoiado com alguns bilhões, poupando assim o mundo de uma grande crise? Sim, isso teria sido possível, mas, naqueles dias de setembro, o secretário americano do Tesouro chamava-se Henry M. Paulson.
Anteriormente, durante muitos anos, ele fora presidente do banco de investimentos Goldman Sachs. E o seu arqui-inimigo era um certo Richard Fuld, o então presidente do Lehman Brothers. Paulson salvou com 180 bilhões de dólares a mega companhia de seguros AIG. Mas o Lehman Brothers e, assim, o seu antigo adversário Fuld, deixou-o morrer à míngua, mendigando ajuda.
Tendo em conta o princípio do “too big to fail” e que por se defender esse conceito se deveria ter reduzido o tamanho dos grandes bancos internacionais, fica difícil entender-se como será possível acreditar que o caminho aberto para uma supervisão bancária europeia sob a égide do BCE pode resultar, se estão a concentrar numa só instituição a supervisão que antes os Bancos Centrais dos Estados-membros não conseguiram. Estão a criar um supervisor “grande demais para falhar”…
Mas fica assinalado, mais uma vez, quem foram os causadores desta “crise”, os EUA e a Banca mundial e que quem está a pagar as vigarices dos tubarões são mesmo os contribuintes.
Entretanto, na UE as feridas continuam a tratar-se com choques elétricos nas populações inocentes e indefesas, vai-se absolvendo os criminosos e adiando a regulamentação exigida para acabar com a peçonha e os peçonhentos.
Ao contrário, nos EUA, o Governo até ganhou umas maquias bem boas com a situação, fez umas coisas para minorar a fraude e tentar defender os seus cidadãos, sem que os tenha indemnizado com o lucro obtido e o mais grave, não contribuiu com nada para os cidadãos europeus, que foram dizimados, socialmente, com a perrice e a vingançazinha de 2 estarolas, que serviram nos 2 bancos, o Lehman Brothers (que matou e morreu) e o Goldman Sachs (que ainda mexe) e que nos tornaram réus e condenados…
O escravo só o é se não se amotinar, e o caráter do “senhor” está-lhe no ADN…
Mas ainda não acabou a escravidão nem chegou a hora da rebelião.
O Governo dos EUA encaixou um lucro de 21.000 milhões de euros com o resgate aos bancos do país, na sequência da falência do Lehman Brothers, há 5 anos, no auge da crise financeira, revelou esta segunda-feira Casa Branca.
No relatório "A crise financeira, 5 anos depois", divulgado pela administração do presidente Barack Obama, é possível constatar que, apesar das reticências iniciais do Governo norte-americano em ajudar os bancos em dificuldades, o mesmo conseguiu recuperar até ao momento 273.000 milhões de dólares (cerca de 204.000 milhões de euros) do seu investimento no setor bancário, o que implica mais valias de 28.000 milhões de dólares (21.000 milhões de euros) face aos 245.000 milhões de dólares (183.000 milhões de euros) que injetou nas ajudas ao setor bancário.
A Casa Branca realçou que a confiança na banca da maior economia do mundo está recuperada e que Obama promoveu uma série de alterações legislativas que visam impedir que futuros resgates à banca sejam suportados pelos contribuintes, reforçando ao mesmo tempo a proteção dos consumidores de serviços bancários.
O relatório governamental destacou também que a administração norte-americana atuou com rapidez para resgatar a indústria automóvel, para baixar os impostos das classes médias e para manter o número de professores no país, bem como a qualidade do sistema de saúde, ao mesmo tempo que alterou o sistema fiscal, que estava "demasiado inclinado a favor dos ricos", conforme noticiou a agência Europa Press.
O documento diz também que, 5 anos após ter estalado a crise, os EUA conseguiram criar 7.500.000 de novos empregos, devido às decisões "difíceis" que foram tomadas nos últimos 3 anos e meio.
"Graças à determinação e à resistência dos cidadãos norte-americanos, limpámos os escombros da crise financeira e começámos a lançar as novas bases para um crescimento económico mais forte e duradouro", sublinhou a Casa Branca.
Imagem 1 e 2

2 comentários:

  1. Os chineses avisaram(e se bem interpreto aqueles mentes muito certinhas) vão começar a des- amaricanizar os 900 milmilhoes de dolares que detêm. Tambem o Brasil no G20 avisou que acha que o dolar deve ter alternativa.Esperemos que dê tempo e que antes que o EUA entrem em grande derrapagem se faça o que os chineses indicaram. A UE que tem bons finaceiros apesar das cautelas que precisa de ter com os FiveEyes deve começar a trabalhar depressa. Julgo que atendendo a luta que os media mundiais, a city e W Street vão fazer há que contar com ofogo laterar dos "amigos" e dependents dos FiveEyes.
    Agradeço criticas porque tento evitar sempre o espirito da conspiração.

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    1. Para quem conhece o esquema que funciona nos EUA e as caras, que vem do tempo do Reagan, "trabalhando" para democratas ou republicanos, impedindo qualquer tipo de regulamentação, não pode ter esperanças em alterações sérias. Ademais, esta coisa da regulamentação, ou é mundial ou não vale enganar ninguém.., Só se se implementar a prisão perpétua ou a pena de morte (cruz, credo!) como na China, é que isto pode ser travado.

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