(per)Seguidores

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Porque o que não se imagina não se interioriza?

São nomes fora da nossa dicção frequente, são palavras distantes como nos fica longe o conhecimento de como e onde se fabrica a roupa que vestimos. Assim aconteceu em Daca, no Bangladesh, com um prédio de nome Rana Plaza que em segundos se converteu num sepulcro de guardar 610 mortos, com o crime de trabalharem para gananciosos.
A globalização é isto.
A globalização é permitir o livre acesso aos países carregados de regras e de direitos, da roupa confecionada onde não há lei, nem dignidade, nem respeito. A globalização é importar peles de onde se mata sem quartel, é permitir barbatana de tubarão, é deixar que a Zara e a Benetton tragam acessórios de lugares onde salário mínimo não existe, onde escolaridade mínima não se legisla, é permitir que os esclavagistas tragam produtos para o território da liberdade e dos direitos.
Rana Plaza é uma oração e um momento de refletir.
A Europa tem as fronteiras abertas prejudicando os seus trabalhadores e os seus empresários que cumprem a lei. A Europa das nações e das normas permite que os preços sejam ditados pela escravatura distante, pela falta de respeito longínqua. O que não se vê não dói, o que não se imagina não se interioriza. Mas estes produtos deviam vir etiquetados como o tabaco, “isto matou gente”, “isto é trabalho de crianças escravizadas”, “isto vem de lugares sem justiça”, “isto produz-se com sofrimento de animais”.
Assim, com esta globalização criamos falências a quem se normaliza no Ocidente e riqueza às máfias da pobreza extrema. Isto é o mundo desenfreado da Finança, da luta petrolífera, do Casino Bancário. Rana Plaza é uma reza do testamento que começa a escrever Francisco no Vaticano.
Ora bolas para as diretivas europeias e seus milhares de construtores.
Diogo Cabrita

Sem comentários:

Enviar um comentário