O Ministro alemão das Finanças indica que, apesar dos esforços que o País tem feito, é necessário implementar mais medidas que compensem a decisão do Tribunal Constitucional, de que havia normas inconstitucionais no Orçamento do Estado para 2013.
É uma pequena nota no seu blogue mas é uma nova crítica à austeridade imposta no continente europeu. Paul Krugman falou, este fim-de-semana, de Portugal. Para aconselhar os portugueses a dizer “não”.
“O dedo da instabilidade chegou agora a Portugal, com o Governo, claro está, a propor a cura com Mais Austeridade”, indicou Krugman num post intitulado “Just Say Nao”. O “Nao” está mesmo assim no comentário ontem colocado (justificando que o seu teclado não tem o til), tal como as iniciais de “Mais Austeridade” se encontram em maiúsculas.
Contudo, o economista deixa para hoje mais comentários sobre o tema – “se tivesse mais energia, iria mergulhar na próxima fase da crise europeia (...), mas vamos ter de esperar até amanhã [hoje]”.
A afirmação de Krugman é feita depois de o Governo português ter anunciado que vai implementar mais medidas no corte na despesa pública, nas áreas da Saúde, Educação, Segurança Social e empresas públicas, como forma de compensar o buraco de 1,3 mil milhões de euros que ficou no Orçamento do Estado para 2013 após o chumbo de 4 normas deste documento por parte do Tribunal Constitucional.
Não é a primeira vez que Krugman utiliza a palavra “Nao” num dos seus comentários no blogue “The conscience of a liberal”. Fê-lo, por exemplo, a 10 de Janeiro de 2011: “Portugal? O Nao!”. Nesta altura, Portugal ainda não tinha pedido um resgate – Krugman temia que fosse o alvo seguinte no “dominó do euro”. Antes disso, em Maio de 2010, também dizia "O Nao", pelo facto de as taxas de juro associadas à dívida portuguesa estarem, naquela altura, no mesmo valor que as "yields" gregas antes do seu resgate.
A nota de ontem, 7 de Abril, apesar de pequena, é mais uma crítica à austeridade, tal como vendo sendo hábito por parte do americano. Krugman tem defendido que a austeridade nos países da Europa já foi “demasiado longe”.
Este alerta tinha sido já deixado pelo economista em Fevereiro quando esteve em Portugal. Quando foi entrevistado pela RTP1 e pelo Negócios, Paul Krugman tinha avisado que a imposição de mais medidas de austeridade não iria resultar. Apesar de admitir que eram necessárias algumas das medidas que foram implementadas, a insistência não é, na sua opinião, o caminho a seguir. "Não apertem mais o cinto".
George Soros também falou hoje sobre a austeridade para dizer que há um verdadeiro risco de as políticas de austeridade implementadas na Zona Euro virem a destruir a União Europeia no seu todo.
Angela Merkel está a levar a Zona Euro na direcção errada, conclui George Soros. O milionário tem vindo a defender essa ideia, acreditando que os programas de austeridade são contraproducentes.
“A Alemanha precisa de perceber que a política que está a impor à Zona Euro – o programa de austeridade – é contraprodutiva. Na verdade, ela não pode ser bem-sucedida. Os países do Sul estão a ser empurrados para uma longa depressão que pode durar mais do que uma década. Ela pode até tornar-se permanente. A dor poderá ser tão grande que poderá levar a uma rebelião, a uma rejeição da União Europeia e isso seria a destruição da União Europeia. É um preço muito elevado a pagar para manter o euro”, afirmou o investidor George Soros.
Schäuble não o presidente do Conselho Europeu (nem tem lá lugar), muito menos da Comissão Europeia (não faz parte), é apenas o ministro das Finanças da Alemanha (e só tem lugar no Ecofin). Com esta “boca”, mais uma vez se confirma que é mesmo ele que manda em Merkel, como aqui Gaspar manda(va) em Passos…
George Soros é um investidor multimilionário (vulgo especulador) e filantropo (o que não coincide com hábitos culturais dos nossos “mais ricos”), que pelo primeiro epíteto pode querer dizer que lhe estão a estragar o negócio, mas pela segunda classificação pode querer dizer que a coisa é mesmo séria…
Paul Krugman é apenas o Prémio Nobel de Economia de 2008, recebeu o Prémio Príncipe das Astúrias de Ciências Sociais em 2004, o Prémio Adam Smith da National Association for Business Economics em 1995 e a Medalha John Bates Clark em 1991. E é liberal...
E não valerá a pena referirmos os "Camilos Lourenços"…
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