Resta, em nome dos interesses de Portugal e dos próprios partidos que formam a maioria, “recuar”, sem “continuar a negar evidências”, sob pena de Passos, Portas, PSD e CDS-PP caírem com Portugal “num precipício”.
Apesar de todas as reticências que se devem por nas “previsões” de MRS, que muitas vezes também são “bombas” (de Carnaval), inofensivas, fisicamente falando, temos que estar de acordo com esta denúncia de factos, porque ele está de acordo com o que TODA A GENTE está de acordo e porque o coro vai aumentando…
Já ninguém tem dúvidas de que Passos e Gaspar são os únicos que fazem de conta que acreditam nas “soluções” bombistas com que nos “presenteiam”, com o silêncio corresponsável de Portas, que terá de passar uma eternidade no purgatório, apesar de convencido de que está a ganhar o céu…
Se tudo está mal, se todos o dizem e se continuam a encaminhar-nos para o precipício, só pode ser por querer e porque sim…
Grande honestidade intelectual!
E se MRL aspira à presidência do país, afastando-se (agora) dos bombistas para não ficar chamuscado e se Portas se inspira em Pilatos para lavar os pés aos pobrezinhos, o mesmo não podemos dizer de quem não está no poder, percebe do assunto e diz o que diz (por não ser crente?)…
Na semana que antecede o 7.º exame regular ao desempenho de Portugal e do programa de assistência em curso, o enquadramento económico e político mudou.
António Perez Metelo
Aos olhos da opinião pública, o que ontem eram convicções inabaláveis do Governo, está hoje pulverizado em pedidos vários de “mais tempo e menos juros”. O que ontem era anátema, passou a utilidade! De permeio, fica o desempenho económico péssimo da zona euro no último trimestre de 2012 e SURGEM as previsões de baixas generalizadas, que aquele induz para 2013.
Não é só em Portugal, é na generalidade das economias nacionais do euro, grandes e pequenas. O que conduz – se quisermos ser sérios – a que, perante os efeitos cruzados dos abrandamentos da atividade de uns e outros, se abra espaço proximamente a novos números em sentido ainda mais descendente. Para já, uma recessão que passa de -1% para -1,9% tem, pela certa, consequências no produto, no emprego, nas contas públicas. Nestas matérias, há que contar com mais 80.000 desempregados, valor adicional, que não resulta, apenas, de novo fecho do mercado de trabalho aos jovens à procura de primeiro emprego. É certo que o desemprego juvenil vai superar os 40% de agora. Mas isto não é tudo: os restantes desempregados virão de empresas que fecham ou reduzem a sua atividade.
Isto tem consequências orçamentais nefastas para o Estado. Estamos a falar de impostos mais reduzidos, contribuições sociais minguadas e gastos para a Segurança Social acrescidos. Qual a dimensão desse desvio? Ao lançar mão das medidas de recurso – o corte de 0,5% do PIB (800 milhões de euros) – já este ano, Vítor Gaspar responde à base de partida enfraquecida, que o OE2013 herda do seu antecessor quanto à receita total efetiva. A Comissão Europeia prevê um défice de 4,9%, sem medidas adicionais. Será credível que uma quebra adicional do PIB em cerca de 1% produza, apenas, um défice adicional tão reduzido (+0,4%)? Quando é sabido que as receitas do Estado caem muito mais do que o produto – atente-se ao que aconteceu nas recentes recessões de 2003 e 2009?
Moral desta triste história: com retoques mínimos à trajetória seguida até agora, há cada vez menos quem acredite na tão desejada saída gradual do negro poço recessivo em que nos vamos afundando cada vez mais.
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