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domingo, 24 de fevereiro de 2013

Quem sabe e é capaz de parar e rever os objetivos?

O sonho de conquista social pode ser o resultado direto dos desejos que se formam num dado momento da vida. Por razões extremamente particulares, o ser humano é capaz de buscar sensações agradáveis no convívio através da realização de metas estabelecidas, as quais podem ser chamadas de sonhos.
Armando Correa de Siqueira Neto
Os motivos são importantes na vida de uma pessoa em razão da ocupação que procuram, permitindo que o tempo seja preenchido de alguma forma. No entanto, emerge uma pergunta fundamental: será que nos conhecemos o suficiente para definir mais adequadamente os tipos de sonho que devemos estabelecer?
Será que dispomos de suficiente autoconhecimento sobre as reais necessidades pessoais para as alinhar aos sonhos por nós projetados? Criamos sonhos que na verdade não passam de desnecessários pesadelos (determinada carreira profissional, um dado relacionamento, posse de certos bens)? Alerta: muitos pais, ignorando o autoengano, estimulam os seus filhos a perseguir o que, à luz da razão, causaria desestímulo? Mais: mesmo sob o torturante erro causado por objetivos irrefletidos, é possível manter-se crente de que é correto o caminho e persistir em tal desatino por tempo indeterminado? Quem sabe a hora de parar e rever a trajetória? Quem quer ver isto?
O sonho de sucesso social faz parte da nossa convivência há considerável tempo; em muitas culturas é possível localizá-lo facilmente. O sonho da glória social parece tão natural quanto necessário, haja em vista ele surgir com veemência em diferentes pessoas, nas variadas classes sociais, notadamente desde a origem da civilização, além de se sofisticar gradualmente com a evolução tecnológica. No entanto, é devido questionar: se a grande maioria das pessoas não realizou esse tipo de sonho ao longo da história, mas sobreviveu normalmente, ele é de facto essencial?
Por ventura, ao desconhecer-se, o homem não se deixa levar por impressões externas e toma para si os sonhos que nada ou pouco lhe dizem respeito, acreditando pertencerem-lhe legitimamente? Na falta de tal consciência, recorre-se, inconscientemente, ao sonho alheio? Curiosamente, pode-se pensar em pesadelo coletivo quando muitos se enganam e sofrem por motivos semelhantes? Querer um estilo de vida (por mais atraente que seja) fora dos moldes particulares pode causar algum desarranjo psíquico tal como o desgastante desvio das energias que devem sustentar a imagem do sonho que em algum momento não fará mais tanto sentido e perderá a sustentação outrora convicta? A frustração pode roubar a cena conforme o grau de desalinhamento entre o que perdeu o significado e a realidade construída?
É aqui, portanto, que se deve empreender uma profunda e intensa autoavaliação a fim de reduzir o equívoco, mesmo sob o enorme trabalho que se seguirá por força da mudança que se impõe cada vez mais vigorosa conforme se avança na aquisição da libertadora consciência. Porém, quem quer se libertar da própria inconsciência? O que quer para si: sonho ou pesadelo social?
Para além da pessoalidade da questão, quando o sonho social de alguém abrange danos colaterais num grupo ou em toda uma sociedade, mais urgente se torna uma autoavaliação rigorosa e consciente, que permita uma heteroavaliação complementar, que evite comportamentos compulsivos e se tornem um pesadelo constante.
Em menos de dois anos de Governo, Gaspar tem acertado muito pouco. 
Menos de 6 meses depois, Gaspar pede mais um ano. 
Os portugueses e a economia nacional não aguentam mais austeridade. A corda já rebentou. O país está numa espiral recessiva. Mais cortes garantem apenas mais recessão, desemprego, pobreza e emigração. A redução do défice e da dívida continuará uma miragem. É altura de mudar de receita. É altura de apostar no crescimento económico e no combate ao desemprego, que está a destruir a sociedade portuguesa. 
É necessário outro caminho para tirar Portugal da crise. Cortar por cortar não resolve nada. Só há futuro com crescimento económico.

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