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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Para a agenda da 7.ª avaliação da borrada da troika…

Os precários e os desempregados em Portugal são 2.989.000, revelou a Associação contra a Precariedade - Precários Inflexíveis (ACP-PI), com base em dados do 4.º trimestre de 2012.
Ana Feijão, ativista da ACP, estimou que "19.000 pessoas perderam os seus postos de trabalho, em média, por cada mês, desde a chegada da troika". "Este é o cenário que considerámos ser importante os senhores da troika conhecerem, num momento em que se preparam para a 7.ª avaliação do plano de austeridade", explicou. "No último ano não só desapareceram postos de trabalho, como não se reabilitou a economia. Além de se registar uma acentuada diminuição do valor do salário direto", acrescentou.
Portugal estava em 2011 entre os países em que o risco de pobreza e exclusão social nas crianças e nos idosos suplantava a média da UE, revela um relatório divulgado pelo Eurostat.
O relatório do gabinete de estatísticas da UE indica que na população em geral, os resultados mostram também que entre 2010 e 2011 baixou ligeiramente – de 25,3% para 24,4% – o número de portugueses em risco de pobreza e exclusão social, um dado que se deve apenas ao facto de nesse período ter baixado também o rendimento medio do país que serve de base ao cálculo das taxas.
Em apenas dois anos - 2011 e 2012 -, Portugal foi o país da Europa que mais cortou na despesa social, tendo reduzido o bolo em 3.700 milhões de euros, quase o valor pretendido para a redução permanente na despesa pública (4.000 milhões) para 2013 e 2014.
Assim, a 7.ª avaliação ao programa de ajustamento português, servirá para tentar suavizar a referida redução das funções do Estado e, com ela, as metas do programa para a redução do défice público, de maneira a não mergulhar o país numa espiral recessiva e a conter a subida explosiva do desemprego. Segundo as últimas previsões da Comissão Europeia, divulgadas na sexta-feira passada, Portugal é o recordista europeu na redução dos chamados benefícios sociais (em dinheiro) e das transferências sociais (em espécie).
Já falta pouco para que o governo, cumprindo as receitas da troika, faça a implosão social de um país e de um povo, que lhe confiou (em eleições) a oportunidade de solucionar os problemas existentes e graves (para os credores), à tomada de posse…
Como “eles” gostam de dizer, os números falam por si!
De acordo com os dados do INE, a população empregada em dezembro era de 4.532.000 de pessoas e tendo em conta os números do Pordata, que apontam para 5.494.800 de população ativa, em 2012, quer dizer que haveria 962.800 “inativos”… É obra!
Apesar de “oficialmente”, no último trimestre de 2012, estarem “apenas” desempregados 923.200 (ou 962.800) de portugueses, na realidade eram já mais de 1.400.000 os desempregados, dos quais 798.000 desses portugueses não recebiam qualquer subsídio, o que revela que haveria cerca de 1.589.000 precários (mas necessários e sem futuro). É obra!
2.989.000 de pessoas desempregadas e com empregos precários (sem grande rigor). É obra!
Claro que esta panaceia da “economia social”, que absorve serviços obrigatoriamente do Estado ou das Empresas, que são transferidos para a sociedade civil (ou 3.º Setor), alivia as responsabilidades do Estado e das Empresas e deixa as vítimas entregues à caridadezinha, enquanto acrescenta alguns postos de trabalho, normalmente feito pelas IPSS… É preciso ter lata!
O pior é que o futuro, no que ao desemprego diz respeito, vai piorar, sem que a “promotora” troika confesse ou peça desculpa pelas burrices de que é responsável ou pelo plano maquiavélico que engendrou, com o apoio do governo… É preciso ter lata!
Inexplicavelmente, vem o Eurostat dar a conhecer que o risco de pobreza em Portugal diminui entre 2010 e 2011, sem que ninguém diga que este resultado é anterior à vinda da troika e à entrada deste governo, que inverteu a situação em 2012, embora não haja estatísticas. Mas os números acima permitem concluir… É preciso ter lata!
Desonesto, é o Eurostat não dizer que os cálculos para medir o risco de pobreza, que tem como base o rendimento médio nacional, dão um resultado “fabricado”, já que esse rendimento médio nacional baixou e de que maneira, o que a continuar a baixar, como dizem, acabará, estatisticamente, com a pobreza em Portugal… É preciso ter lata!
Entretanto, no meio desta miséria, Portugal foi o país da Europa que mais cortou na despesa social, tendo cortado 3.700 milhões de euros e que o governo pretende ainda cortar mais 4.000 milhões, em 2013 e 2014… É preciso ter lata!
Já não bastava que tivéssemos os impostos mais elevados da Europa, com redução do direito ao retorno, como estamos no pódio das desigualdades sociais… É preciso ter lata!
Mas mais grave que tudo, com tudo, é pensar-se que a 7.ª avaliação da troika será para tentar suavizar a redução das funções do Estado (continuando a destruição do Estado Social) e fazer de conta que vamos reduzir o défice público (que vai crescendo), para não mergulharmos numa espiral recessiva (como se não estivéssemos) e a conter a subida explosiva do desemprego (que geraram), sem qualquer medida, seguramente! É preciso ter lata!
E é esta a agenda e o rol de problemas que a troika teria que resolver, mesmo sabendo nós, que não sabem ou não querem resolver, caso contrário já o teriam feito… É preciso ter lata!
Vaffanculo!

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