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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Unanimidade a favor do contra não dá razão à RAZÃO?

Teodora Cardoso, Presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP), entende que o Estado está mal gerido, diz que não é necessário que os ganhos de eficiência impliquem o fim das funções do Estado e não acredita que o ajustamento da economia, a continuar pelo mesmo caminho, seja sustentável.
Para Teodora Cardoso, o Governo e a troika não estão a ser tão implacáveis com os grandes interesses como o fazem com os restantes portugueses: "Isso é mais difícil, é politicamente muito difícil. A troika não se atreve a meter-se nisso, quanto muito exprime a necessidade de o fazer. Mas não é a troika que pode resolver isso, é o Governo", diz.
Teodora Cardoso defende a necessidade de uma maior negociação do memorando, que é preciso rever "a sério" as despesas públicas, mas que isso não significa necessariamente reformar o Estado e que as medidas estruturais do programa de ajustamento deviam ser mais focadas porque o programa da troika tem um problema: "não é um programa estruturado, são medidas a vulso".
O presidente do Conselho Económico e Social (CES), José Silva Peneda, começou por reconhecer que tem havido alguma “polémica” sobre a forma como o órgão decidiu apreciar a proposta do Orçamento do Estado (OE) de 2013 e, nomeadamente, a conclusão de que é preciso renegociar o programa da troika, conseguindo taxas de juro mais favoráveis nos empréstimos e prazos mais alargados para a amortização desta dívida.
“É uma opinião partilhada de forma unânime [dentro do CES]”, salientou Silva Peneda. “Quanto mais tarde for aberto o processo de negociação, teremos de fazê-lo em condições piores do que se o fizermos já”, avisou.
O presidente do CES reiterou a mensagem que o órgão tinha já deixado no seu parecer sobre o OE do próximo ano: as previsões do Governo são optimistas e subestimam o impacto que o “enorme aumento de impostos” irá ter sobre a procura interna. “Temos a convicção segura de que o crescimento do PIB será menor e que taxa de desemprego será maior”, declarou
O presidente do CES disse que gostaria de interrogar Angela Merkel sobre se a sua alusão aos 5 anos de austeridade também se aplica a Portugal, diz que não consegue imaginar o país com mais 5 anos de austeridade, uma ideia da chancelar da Alemanha e reforçou mesmo que “não é capaz de discutir com os parceiros sociais um cenário desta natureza”, que insistiu ser “difícil de imaginar” num país como Portugal.
Apesar de ontem me ter metido com o CFP e de já ter sido crítico em relação a Teodora Cardoso, já o reconheci aqui e reitero, que desde que assumiu cargos em instituições autónomas, o seu discurso mudou, em defesa do rigor da análise de medidas económicas, numa perspetiva social, o que me levou a reconsiderar o respeito pelo seu pensamento, no que à economia diz respeito, por se perceber que, para ela também, a economia só o é, se estiver ao serviço das pessoas.
Quanto a Silva Penada, que pelo lugar que ocupa num órgão que representa toda a sociedade civil, também com o tempo enraizou a doutrina social-democrata, a ponto de, serena e sem partidarismo cego, ter “coragem” para dizer frontalmente, que o seu rei vai nu. Claro que a unanimidade entre tanta e diversificada gente ajuda, mas não lhe retira o mérito!
E é mais um exemplo de que Gaspar e Passos gostam de se isolarem (na maratona), gerando uma solidão quase doentia, que não é a melhor conselheira…
São mais dois exemplos de que o “nosso” governo cada vez mais é menos nosso…

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