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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Agora já não há pachorra para ouvir Gaspar ou Passos

O FMI alertou que os programas de austeridade nas economias europeias com mais dificuldades podem ter limites políticos, à medida que aumenta a resistência na Grécia e em Portugal aos termos dos seus resgates financeiros.
Numa nota divulgada sobre o encontro de 4 e 5 de Novembro com o G20, o Fundo considera que as condições financeiras na zona euro "continuam frágeis" e que há riscos de que os países que pediram apoio não consigam cumprir as reformas de ajustamento exigidas.
A instituição liderada por Christine Lagarde entende que os países em dificuldades podem ser impedidos "por factores de economia política" de agirem em tempo útil para pedir o apoio de que precisam ao Mecanismo Europeu de Estabilidade e às novas operações de compra de títulos do BCE.

"Outro risco é que a austeridade pode tornar-se política e socialmente insustentável nos países periféricos, uma vez que as reformas estruturais e orçamentais vão ainda levar anos para se concluírem", refere a nota do FMI.
O Fundo diz ainda que as recentes políticas, como o programa de recompra de dívida pública do BCE e o lançamento do MES, aliviaram uma parte das pressões financeiras que se colocam à zona euro.
"Os mercados financeiros têm tido um bom comportamento recentemente e tem havido sinais de que a trajectória da actividade aumentou em relação ao 2º trimestre. No entanto, a economia global permanece vulnerável a novos contratempos", acrescenta o comunicado, fazendo referência às batalhas políticas sobre o ajustamento orçamental nos EUA e no Japão.
Na Europa, refere o FMI, se houver novas pressões orçamentais, vai aumentar a pressão sobre os governos para que expandam as suas operações de austeridade para manter os orçamentos sob controlo, "gerando maiores perdas do produto e efeitos de contágio significativos a outras economias".
Quando o FMI alerta que a austeridade aplicada aos países europeus com mais dificuldades(?) podem ter limites políticos, só porque aumenta a contestação nas ruas na Grécia, em Portugal, na Espanha e na Itália, contra os seus representantes nos respetivos governos, está a concluir, que quem cala come e que quem fala pode vir a comer?
Quando o FMI vem dizer que as condições financeiras na zona euro continuam frágeis, não está a ser politicamente correto e não quererá dizer que “vai de mal a pior”, a ponto de por em risco o crescimento mundial, de entrar numa situação sem retorno e atingir condições tais, que já nem possa ser ajudada?
Quando o FMI, MAIS UMA VEZ, vem dizer que a austeridade nos países periféricos, a seguir as medidas traçadas pelos líderes europeus, apenas com preocupações financeiras, pode levar anos para se concluírem, sem resultados, como se subentende, quer dizer que se está a colocar a economia e as finanças como instrumento político e ideológico?
Quando o FMI vem dizer que os mercados financeiros, recentemente, têm tido um bom comportamento, está a apresentar-se como seu representante e aliviar a penitência, sem beliscar as suas estratégias?
Quando o FMI vem dizer que na Europa, a continuarem as pressões orçamentais impostas pelos países beneficiários da crise, para que os governos aumentem ainda mais a austeridade poderá gerar maiores perdas de receitas e mais pobreza, contagiando outras economias, não está a dizer que é tempo de inverter a filosofia subjacente e a responsabilizar os promotores de tais planos?
Quando o FMI, insistindo na Europa, destaca o perigo real da UE e os seus Estados-membros não serem capazes de implementar as medidas necessárias para reduzir o nível da dívida e estabilizar o sistema financeiro, como o prova o passado recente, não está a chamar-lhes incompetentes ou matreiros na manutenção de condições favoráveis aos nacionalistas, enquanto puderem?
Quando o FMI vem referir o facto de a Espanha e a Itália não terem recorrido ao resgate, como as outras partes do “PORCO”, não está a denunciar a diferença de tratamento entre os países-membros, de um território político em “União”?
Quando o FMI vem dizer o que diz, com base em vários estudos recentes, que detetaram as causas reais desta crise montada e alguns caminhos possíveis para evitar as consequências nefastas elencadas, não tem a obrigação, na parte que lhe toca nas várias troikas, de dar instruções aos seus funcionários para arrepiarem caminho, começando por baixar os juros que nos cobram e pagar do bolso (de todos nós) os serviços prestados e nem sempre os mais eficazes, como constatamos e o fundo também?
Já não há palavras para alterar o discurso que fazemos, apoiados nas opiniões de tanta gente e só nos resta insistir na omnisciência de um homenzinho, de nome Gaspar, que sem galões nem patente, contraria o óbvio e os estudos de quem tem a obrigação de saber mais do que aquilo em que ele faz fé…
Já não há palavras, muito menos pachorra para esta gente menor e só fica a raiva, crescente em todas as pessoas que apanham por tabela a arrogância de um provocador prepotente…
Até um dia!

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