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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Na pior nódoa pode cair um Prémio Nobel da PAZ!

O Presidente Obama foi laureado com o Prémio Nobel, num altura em que não se sabia que durante o seu mandato, os EUA iam cometer algumas das maiores ingerências e atrocidades da História do país. Milhões de pessoas em todo o mundo esperavam que ele fosse o arauto e mentor da paz, que pusesse na ordem os “falcões” que mandam e comandam em Washington, que de uma vez por todas reconvertesse a indústria de armamento. Hoje, os que tanto esperavam dele, estão profundamente desiludidos.
O centro de tortura em Guantanamo continua activo, a guerra do Iraque está na mesma, o Afeganistão continua a ser o atoleiro do costume, Obama e os seus parceiros franceses, ingleses e italianos, com as armas da NATO, destruíram a Líbia e assassinaram o Presidente Kadahfi, estão a destruir a Síria, ameaçam o Irão, condenam à morte milhões de palestinianos. Obama e os seus parceiros são responsáveis pela “Primavera Árabe” e por todas as manobras de destabilização em África e no Médio Oriente.
O Presidente Obama fez algo ainda pior e que envergonha todos os democratas do mundo: mandou os seus “rambos” assassinar Bin Laden, na sua casa nos arredores de Islamabad. O mundo civilizado viveu esse momento de barbárie com grande perplexidade. Todos conhecemos as ligações umbilicais de Osama Bin Laden à CIA e ao aparelho militar de Washington. E quanto mais não fosse, também por isso, os democratas de todo o mundo queriam vê-lo a responder ante os juízes do Tribunal Penal Internacional ou mesmo de um Tribunal dos EUA.
Nenhum democrata aceita a eliminação física seja de quem for.
O Prémio Nobel da Paz, Barack Obama, não só aceitou fazer esse papel como foi o mandante do assassinato. Ficámos sem conhecer, provavelmente para sempre, muitas verdades sobre o 11 de Setembro. Quem lhe deu o prémio só podia estar louco. O democrata Obama permitiu que os interesses instalados em Washington o transformassem num senhor da guerra suja, coroado com o Nobel da Paz. Um outro Prémio Nobel, Jean-Paul Sartre, descreve a tragédia de políticos como o Presidente dos EUA, com grande lucidez, no livro “A Engrenagem”.
Este ano, o Prémio Nobel da Paz foi para a União Europeia.
A loucura continua, mas agora em doses mais perigosas. Porque a União Europeia tem pesadas responsabilidades em todos os actos bélicos de Obama. E ainda pior: está a reduzir à miséria extrema os povos dos países do Sul da Zona Euro, eleitos por Bruxelas e pelo Eixo Paris-Berlim como primeiros pagadores da crise financeira mundial que começou no sistema bancário dos EUA.
Irlanda, Grécia, Portugal, Espanha e Itália estão a ser vítimas de agiotas e especuladores financeiros que actuam a coberto da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu. Até o Fundo Monetário Internacional se está a demarcar dessas políticas de empobrecimento dos povos do Sul da Europa.
A solidariedade que esteve na base do Tratado de Roma e mais recentemente no Tratado de Lisboa foi pura e simplesmente banida. O que vale na União Europeia é o egoísmo dos que se julgam mais fortes, como a Alemanha, na era Sarkozy apoiada pela França e agora pela Finlândia, Áustria e Holanda. A União Europeia está a “comprimir” a democracia no seu espaço, em nome das “contas públicas”. E essa compressão atira para o desemprego milhões de seres humanos em idade activa, numa violação clara dos direitos humanos e dos próprios tratados europeus.
Os chamados “resgates” à Irlanda, Grécia e Portugal são autênticos assaltos aos seus povos. A violência das políticas traçadas em Berlim e aplicadas por Bruxelas está a provocar uma onda gigantesca de contestação social que ameaça fazer implodir a União Europeia e destroçar a moeda única, o euro. Galardoar neste momento a União Europeia com o Prémio Nobel da Paz é um insulto a milhões de desempregados, às famílias que mergulharam na pobreza e que já nem sequer podem pagar a alimentação e os estudos dos filhos, aos empresários que, aos milhares, todos os dias abrem falência.
As políticas da União Europeia ameaçam fazer mais vítimas mortais do que as hordas nazis. E sobretudo são uma ameaça real para a democracia. O Partido Popular Europeu domina todas as estruturas políticas da União Europeia e impõe soluções de extrema-direita para a Zona Euro.
O presente é sombrio para milhões de cidadãos europeus.
O futuro é incerto.
A democracia no espaço europeu corre sérios riscos.
E é neste quadro que os membros do Comité Nobel escolhem, por unanimidade, a União Europeia para distinguir com o prémio da paz. Ou não sabem o que isso é ou estão a chancelar os genocídios sociais que a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu estão a praticar na Irlanda, Grécia, Portugal, Espanha e em breve na Itália.
Álvaro Domingos

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