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sábado, 20 de outubro de 2012

A desigualdade de oportunidades que teve Gaspar!

A proposta de Orçamento do Estado aumenta em 5% a dotação total para o ensino superior, mas quem já fez contas garante que as transferências não vão sequer chegar para pagar os recursos humanos.
As instituições foram informadas no verão de que iriam sofrer um corte na ordem dos 2,5% mas a proposta de Orçamento do Estado, entregue esta semana, contém uma surpresa que reitores e presidentes de institutos não esperavam: o aumento de 15% para 20% nas transferências para a Caixa Geral de Aposentações. Além disso, as verbas são insuficientes para cobrir a reposição de um subsídio.
O Instituto Superior Técnico (IST) pode vir a fechar as portas por tempo indeterminado. Os cortes no orçamento para o Ensino Superior, na ordem dos 2%, colocam o Instituto numa situação “insustentável”, revelou o presidente do IST. Esta é uma medida que a escola se vê obrigada a implementar devido aos cortes no orçamento para o Ensino Superior que “estão na ordem dos 10% e não nos 2%”. “É completamente inaceitável e não há nenhuma hipótese de encaixar um corte adicional de 10%”, salientou.
Não fossem as bocas do ministro das Finanças sobre o enorme investimento que o país fez na sua formação académica e ninguém se importaria com o desinvestimento, ditado por ele próprio, na formação superior dos portugueses desta geração universitária, que penhorará ainda mais o futuro do país, a acreditar nas teorias dos que dizem que “mais formação, mais economia, mais riqueza”…
Verdade na teoria, falácia na prática, tendo em conta a torrente de emigrantes muito bem qualificados, transformados em “bens transacionáveis”, sem retorno do investimento que o país e os pais fizeram.
À parte a questão fulcral, que se traduz no risco de encerramento, temporário ou definitivo destas instituições, é sintomática a confusão dos números e das suas inter-relações (2%, 2,5%, 5%, 10%, 15%,20%), o que só pode refletir incompetência, trapalhada, vigarice ou estratégia premeditada... De outra forma não podemos acreditar que um governo de um país (e os seus governantes per si) possa implementar medidas com consequências não previstas, porque seria negar-lhes o mínimo de competências técnicas. Assim sendo, só se pode pensar que tais decisões são político-ideológicas, que não cabem nos vetores da social-democracia, nem da democracia cristã…
A igualdade de oportunidades de que beneficiou Vítor Gaspar, que dizem que é independente (de que e de quem?), mostra bem o seu alinhamento com as teorias neoliberais, a que se quer dar um cunho estritamente económico, com malefícios sociais já visíveis a olho nu e que nos permite dizer que: “O rei (Gaspar) vai nu” e que tudo o que nos oferece, só nos MIRRA…
Ontem, contava-me uma aluna de uma faculdade do Porto (Portugal), que enquanto comia num refeitório universitário, onde uma aluna invisual almoçava, tendo esta deixado uma peça de fruta e uns restos de comida no prato, uma outra aluna apanhou a fruta, comeu os restos e dirigiu-se a ela (que também tinha deixado uns restos) pedindo-lhe para completar a “refeição” com as sobras dela… Um caso (de que tive conhecimento), que não prova nada e até pode ser classificado como demagógico, basta querer, mas convém somar a todos os casos que cada um de nós conhece…
Assim, teremos que dizer que “Natal é quando o Gaspar quiser”, embora sejam 3 os reis magos…

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