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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

“Lixaram-nos com as eleições!”

O número de pessoas singulares decretadas insolventes mais do que triplicou nos últimos 6 anos e no 1º trimestre de 2012 já representava mais de 57,2% do total das insolvências em Portugal.
No relatório divulgado pela Direcção-Geral das Políticas de Justiça (DGPJ), pode ler-se que “no 1º trimestre de 2012, e face ao 1º trimestre de 2011”, se registou um aumento de cerca de “7,6% na proporção de pessoas singulares declaradas insolventes”.
Os dados estatísticos sobre a evolução trimestral indicam que, na comparação homóloga do 1º trimestre de 2007 (17,0%), com o 1º trimestre de 2012 (57,2%), o peso das pessoas singulares no total dos processos mais do que triplicou.
Tendo em conta que no final do 1º trimestre foram concluídos 3.900 processos de insolvência, destes, mais de 2.230 diziam respeito a pessoas singulares.
Do programa imposto pela troika cujo executante tem obtido “boas notas” nas avaliações contínuas feitas pelos seus autores (pudera!) vamos ficando cada vez mais perplexos, quer com as “notas”, quer com os resultados avaliados, sobretudo quando conjugamos os dois e concluímos que “quanto pior, melhor”.
Por um lado ficamos com a certeza de que qualquer avaliação tem destas coisas, incompreensão e injustiça, por outro lado que a objetividade é coisa que qualquer avaliação não consegue, por ser feita por sujeitos…
Todos nós sabíamos que as empresas poderiam ter como desfecho a falência, o que lhes dava o cunho e o argumento para defenderem a sua existência e legitimava a sua importância numa sociedade estruturalmente “empresarializada”, exatamente pelo RISCO que diziam correr.
E dentro da falácia: “Menos Estado, melhor Estado”, que suportaram e continuam em maior grau as práticas neoliberais que nos impõem os partidos socialistas/sociais-democratas, depois de eleitos, todos os pregadores deste “paradigma”, esquecem-se de apontar este risco de insolvência, que levam à insolvência dos seus países.
Muitos de nós nem sabíamos que as famílias também podiam falir, mas a informação económica que nos preenche os dias de hoje, vai-nos formando politicamente. E por isso podemos concluir, matematicamente, que esta mazela crescente da insolvência das famílias, tem a sua origem nas falências das empresas, pelo simples facto de cada empresa empregar e mandar para o desemprego dezenas ou centenas de pessoas de uma só vez.
Assim sendo, defender a estrutura de um Estado no seu tecido empresarial, é o mesmo que dizer que quem corre o RISCO de falência é o próprio Estado, que sendo nós, somos nós os primeiros a falir… Logo, “Menos Estado, maiores Riscos, Pior Estado” e o resto é conversa, como mostram os factos!
Pelos vistos, há 25 particulares a falir por dia, que não são seguramente os pobres (eternamente falidos), mas gente da classe média baixa, média e alta, o que significa que o plano da troika ou foi mal feito ou bem feito, dependendo dos seus objetivos, que começando por ser ocultos, se escancaram indecentemente, porque ao classificarem a sua aplicação como boa, significa que esses objetivos (maus e conseguidos) são mesmo criar pobreza, generalizá-la e transferir a (pouca) riqueza criada para os “bispos” da seita do “Menos Estado…”
1.670 empresas falidas e 2.230 famílias insolventes, em apenas 3 meses É OBRA e não é fácil, num país pequeno como o nosso e talvez por isso, se justifique o epíteto de “bom aluno” e a classificação de “BOM” para os geradores deste “…melhor Estado”!
E porque o próximo contemplado pode ser VOCÊ, NÃO VÁ NA CANTIGA! Depois não adianta chorar e só poderá dizer: “Lixaram-me com as eleições!”

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