O governo alemão vai permitir ao candidato à Presidência francesa François Hollande "salvar a face", mas espera que ele mantenha os compromissos assumidos em nome da França, nomeadamente o tratado orçamental, disse o ministro das Finanças germânico.
As declarações de Wolfgang Schaeuble são o sinal mais claro, até agora, de que a Alemanha, cujo Governo apoia oficialmente o candidato Nicolas Sarkozy, está a antecipar uma vitória de Hollande nas eleições de domingo.
"Dissemos ao senhor Hollande que o pacto orçamental foi assinado e que a Europa funciona na base do 'pacta sunt servanda'", ou seja, os compromissos são para serem cumpridos, independentemente do governo que os assina, disse Schauble num discurso, na sexta-feira.
Pensávamos nós que era a Sra. Merkel que apoiava Sarkozy, mas pelos vistos é o governo (todo?) da Alemanha que apoia oficialmente o (re)candidato francês.
Perante a realidade de uma vitória pré-anunciada de Hollande, eis que alguém, que é um “simples” ministro das finanças, ameaça o futuro Presidente de uma Nação, independente e soberana, em nome da chanceler, em nome do governo, ou em seu próprio nome, passando por um mero moço de recados, atitude reveladora do receio de que alguém ponha em dúvida as suas teorias dogmáticas e dê origem a uma nova Reforma, na área económica e financeira.
Se assim não fosse, estariam naturalmente calados…
Mas disfarçando a ameaça, condescendente até e como se quem avisa…, o governo alemão VAI PERMITIR ao candidato à Presidência francesa "salvar a face", contradizendo-se, para que mantenha os compromissos assumidos em nome da França (ou de Merkozy?), nomeadamente o tratado orçamental, que limita a soberania dos países-membros.
E quem disse tal disparate, sublinhando que os compromissos são para serem cumpridos, independentemente do governo que os assina? O ministro das Finanças germânico, Wolfgang Schaeuble, o mesmo que sussurrou a Vítor Gaspar que nos arranjaria uns trocos, logo que despachassem os gregos!
Donde que, estas e outras declarações de Wolfgang Schaeuble são o sinal mais claro de que afinal quem manda nas políticas da Alemanha e da UE, não é a Sra. Merkel (que nos desculpe), mas ele, Ministro das Finanças, tal como cá e onde é possível, que os primeiros-ministros se deixem subalternizar. Se não, manda um tecnocrata do Golden Sachs para primeiro-ministro, depondo o eleito e pronto!
Convém é que os tecnocratas sejam todos um bocadinho para o frio, se forem gelados de sentimentos, tanto melhor, para nos congelarem tudo o que seja possível congelar, até que as coisas aqueçam…
Uma vergonha! Porque é que os países da UE não se unem contra esta trupe? Porque é que continuam a permitir esta arrogância?
ResponderEliminarVamos esperar por amanhã e pelos dias seguintes... Mas há que ter alguma desconfiança, que sérios há poucos. Unidos estão eles contra a ralé.
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