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segunda-feira, 23 de abril de 2012

TOLERÂNCIA ZERO ou 0,1 contra a SAÚDE PÚBLICA?

O debate sobre os OGM [organismos geneticamente modificados] parece ser uma discussão sobre alguns números a seguir à vírgula, mas terá efeitos sobre a saúde pública. Segundo as informações veiculadas pelo jornal Frankfurter Rundschau, a Comissão Europeia vai abrir a porta à utilização de OGM nos produtos agroalimentares.
Depois de, em 2011, ter autorizado a utilização de OGM nas forragens, como a soja para a criação de porcos, Bruxelas pretende alargar essa autorização aos alimentos, fixando em 0,1% a taxa de tolerância. A medida poderá entrar em vigor no verão.
Este diário de Frankfurt, conhecido por ser sensível aos problemas ecológicos, acrescenta que a Comissão defende a soja geneticamente modificada, utilizando argumentos económicos, porque a UE tem que importar muita soja para satisfazer a procura de forragens e de alimentos:
A Comissão Europeia torna mais flexível a sua política em matéria de OGM e quer dar à indústria agroalimentar uma maior margem de tolerância em relação à presença de OGM nos alimentos. As associações ecologistas e os representantes dos Verdes no Parlamento Europeu protestam contra o abandono da política de tolerância zero relativamente à utilização de OGM. Esta maleabilidade diz respeito sobretudo à utilização da lecitina de soja no fabrico de chocolate, produtos de padaria, margarina e gelo.
Há pouco mais de um ano, a UE poucas dúvidas tinha sobre negar a liberalização dos transgénicos e há 5 meses reconhecia a existência de lóbis no setor alimentar, que se marimbavam para a saúde dos cidadãos europeus desde que o seu negócio rendesse…
15 de novembro de 2011: Lobis(homens)… Até com a nossa saúde brincam!
Perante esta notícia, só podemos concluir que a UE não se esqueceu de que os organismos geneticamente modificados (OGM) trazem tantos malefícios à SAÚDE PÚBLICA como antes traziam (ou se desconheciam) e que acaba por ceder aos lóbis que antes denunciou.
Claro que a crise vai ser a justificação para tão irresponsável medida, que por sua vez poderá vir a ajudar o setor da saúde privada, já que a saúde pública seria penalizada com novas doenças e muitos mais doentes…
Aonde já vai a indecência!
PS – Aquela história dos pepinos e tomates assassinos (espanhóis?), que os alemães inventaram há um ano, não teve nada a ver com de rebentos de soja geneticamente modificados e cultivados numa quinta lá para os lados da Alemanha?

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