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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Provavelmente “Bolonha” não tem nada a ver, ou terá?

Cerca de 40% dos jovens entre os 15 e os 34 anos que especificaram o seu salário ao Instituto Nacional de Estatística receberam em 2011 um salário inferior a 600 euros.
Os dados do INE são claros sobre o baixo nível salarial da juventude: dos 248.500 jovens até 24 anos, mais de 66% receberam menos de 600 euros mensais. E 27% entre 600 e 900 euros mensais. Mesmo se a "juventude" for até aos 34 anos, o cenário é igual ou semelhante. Do 1.000.000 com idades entre 24 e 35 anos que responderam sobre rendimentos, cerca de 40% têm salários até 600 euros.
Estes valores tornam evidente que poucos jovens beneficiariam do "direito de opção" que o Governo lhes pretende dar sobre para onde descontar para a protecção social.
Quem concluiu o ensino superior nos últimos três anos tem mais dificuldade em arranjar emprego do que quem se formou há mais tempo, indica um relatório sobre a aplicação do processo de Bolonha nos países europeus, hoje divulgado.
Os dados recolhidos pelo Eurostat e pela rede de informação sobre educação da Comissão Europeia, a Eurydice, indicam que em metade dos 40 países europeus analisados, a taxa de desemprego é superior a 10% entre os formados com idades entre os 20 e os 34 anos, Portugal incluído.
Em Portugal, a média de desempregados entre os formados com idades entre os 20 e os 34 anos nos anos de 2006 a 2010 foi de 10,6%, a nona percentagem mais alta da tabela.
As percentagens e os números não discriminam o nível académico dos jovens a ganhar estas pequenas “fortunas”, mas entre eles muitos serão os licenciados, mestres e doutorados, o que para o caso tanto faz, já que, ao contrário do 1º PREC: “para salário igual, trabalho igual”…
Tendo em conta os dados da Eurydice, talvez fosse demagógico procurar causalidades na implementação do processo de Bolonha, os formados neste novo “método” e a sua subalternização no mercado de trabalho (de coincidência só temos os 34 anos de idade) , mas a discriminação que emerge destas percentagens de desemprego permitir-nos-ão pensar que podem ser a prova prática da mentira que é Bolonha.
E, fruto do “método”, que disponibiliza mais rapidamente e em maior número jovens formados, será, talvez, uma das razões fortes para o “quasemileurismo”, pelas regras do mercado, que deve ter inventado e subsidiado o “método” para agora tirar os proventos…
Provavelmente Bolonha até nem terá nada a ver com esta sociedade que está a adoecer, mas a falta de vergonha dos responsáveis, seguramente que terá…
Para além de tudo e para agravar a questão, a Igreja diz que ensino superior está a transformar-se num privilégio de elites, o que depois de ter sido negado veio a ser admitido: Governo dá credibilidade aos apelos da igreja sobre abandono no superior.
Mas, desempregado é desempregado…

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