O que resta
O que se aproveita do tempo que passou
Quem nos devolve tudo o que não teve
Nem sequer direito de ter voz?
Quanto deserto e só este caminho
Quanta lágrima caída sobre a terra
Quanta alegria fingida
Quanto medo
Quanto filho distante
Quanta guerra.
Ao fim de tantos anos
O que resta
O que se aproveita do tempo que passou?
A esperança do que se espera em vão
Os dias adiados
O Sol da Liberdade conquistada
Que a mais não se guindou
Nem povo nem Nação?
Ao fim de tantos anos
O que resta?
O hábito aguerrido desta luta
Que se colou à flor da nossa pele
Num desbravar de sonhos que não somem
Uma canção
Um cravo
Uma bandeira
Ou a vontade que há-de haver maneira
De renascer para a vida cada homem?
Muito bonito e tão cheio de verdade!
ResponderEliminarAcho que hoje, o pessoal da minha geração está fazer uma profunda reflexão desta caminhada.Para mim, este é um 25 de Abril bem negro e não é só por causa da crise económica.
maria
A Soledade Martinho Costa é uma senhora poeta.
EliminarDa nossa geração, anda tudo desiludido e há razões de sobra...