- Alemanha cresceu 3% em 2011 apesar de recuo no 4º trimestre
- Alemanha: PIB caiu 0,2% no último trimestre de 2011
- França: PIB cresce 1,7% em 2011
- Bélgica oficialmente em recessão no final de 2011
- Economia britânica contraiu 0,2% no final de 2011 e arrisca recessão
- PIB espanhol recuou 0,3% no último trimestre de 2011
- PIB da Itália cai 0,7% no 4º tri e país entra em recessão
- PIB português diminuiu 1,5% em 2011 – INE
- Economia da Grécia encolheu 7% no 4ºT11
Destinado a ajudar os credores da Grécia a receber uma parte dos empréstimos que o país não pode pagar, o pacote aprovado em Atenas é uma humilhação.
Para um país que está em recessão há 3 anos, pedem-se mais sacrifícios. O salário mínimo (já não era mínimo?) deve cair 22%. As aposentações serão diminuídas. 15.000 funcionários públicos serão demitidos. O PIB de 2011 ficou em menos 5%. Em 2012 deve chegar a menos 6%.
O pacote não é uma vergonha apenas pelos aspectos económicos. Contém uma humilhação política. Uma de suas cláusulas ameaça a soberania do país. Essa cláusula diz o seguinte: mesmo que nas próximas eleições a população decida mandar o atual governo para casa, seu sucessor será obrigado a seguir cumprindo o acordo. Parece brincadeira. Não é.
É o semi-colonialismo. Como se fosse um povo de segunda classe, os gregos podem até brincar de fazer eleições – mas os seus governantes não têm poder de decisão.
Quem manda é o governo de Angela Merkel, a verdadeira força por trás do FMI, do Banco Central Europeu e da União Europeia.
É uma situação tão escandalosa que a Economist, insuspeita de antipatia pelos mercados, registou na sua edição de 4 de fevereiro que a Europa enfrenta “um crescente défice democrático.”
Este ponto é consequência do primeiro. Inconformado com as políticas de austeridade, o eleitorado tem mandado os governantes para casa. O problema é que os seus sucessores não têm feito nenhuma mudança verdadeira e, em breve, estarão na mesma situação. Convém não esquecer que o atual governo grego tem pouco mais de 3 meses de existência – e o país se encontra na situação de revolta, como se viu (ontem).
O problema na Grécia, hoje, e em outros países europeus, em breve, é o mesmo. Não é possível destruir conquistas sociais acumuladas ao longo de décadas por métodos democráticos. Cedo ou tarde será preciso investir contra a soberania da população para definir o seu destino.
Este é o risco, hoje.
Paulo Moreira Leite
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