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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Passos já não está Seguro (dos 80%)…

Quase metade dos inquiridos considera que a actuação do Governo, eleito há oito meses, está aquém das expectativas criadas. O socialista António José Seguro já é o líder partidário com maior popularidade.
O barómetro de Fevereiro da Aximage, para o Negócios e o Correio da Manhã, mostra que 47,8% dos inquiridos vê o Governo liderado por Pedro Passos Coelho a governar "pior do que esperava". Já 40,7% refere estar a ser "igual ao que esperava", enquanto apenas 9,1% estão surpreendidos pela positiva em relação ao Executivo de coligação.
Contas feitas, o Índice de Expectativas pontua o actual Governo com -18, que era precisamente a "performance" atribuída à governação da equipa liderada por José Sócrates na última vez que foi avaliada neste barómetro, em Abril de 2011. Então, já demissionária e prestes a arrancar para uma campanha eleitoral que resultaria em derrota nas legislativas antecipadas.
Se a nível colectivo, a avaliação popular evidencia que as coisas não estão a correr pelo melhor – embora em Fevereiro até suba um ponto no índice, de -19 para -18 –, a nível individual, Passos Coelho não tem mais motivos para sorrir. É que pela primeira vez, pelo menos no espaço de um ano, o presidente do PSD é, de forma isolada, o líder partidário com pior avaliação do eleitorado: nota 8, numa escala de zero a 20. Há precisamente um ano, era o mais amado pelos portugueses, com nota 10,5.
Para o eleitorado, pior do que o primeiro-ministro, só mesmo o Presidente da República. Conforme já foi noticiado, Cavaco Silva bateu em Fevereiro o recorde de apreciações negativas à sua actuação no último mês – o mesmo em que se queixou publicamente dos cortes nas suas pensões de reforma –, registando um índice de popularidade de 6,4 na mesma escala.
Seguro é o mais popular, mas gera menos "confiança" para primeiro-ministro. Prosseguindo a "performance" oscilante desde que foi eleito pelos socialistas para suceder a José Sócrates na liderança do partido, António José Seguro consegue igualar em Fevereiro o melhor resultado (10,3) desde a eleição como secretário-geral. Tinha-o conseguido já em Novembro do ano passado, curiosamente a coincidir com a "viabilização" do Orçamento para 2012, com o voto de abstenção.
Embora não tenha ainda conseguido suster alguma contestação interna, o eleitorado atribui a Seguro a única apreciação positiva a um líder partidário, superando neste mês o anterior "comandante", o comunista Jerónimo de Sousa, que baixa de 10 para 9,9 valores.
Com a quebra de Paulo Portas (de 9,3 para 8,9) e a ascensão de Francisco Louçã (de 8,5 para 8,9), o presidente do CDS-PP e o coordenador do Bloco de Esquerda têm agora igual apreciação do eleitorado, enquanto líderes partidários, de acordo com o mesmo barómetro.
Apesar de liderar a tabela de popularidade em que Passos ocupa o último lugar, quando questionada a amostra sobre "em quem é que tem maior confiança para primeiro-ministro", o social-democrata é apontado por 39,4%.
Seguro recolhe a preferência de 27,2%, enquanto 1 em cada 4 inquiridos responde "nenhum dos dois". A tendência nos últimos três meses, porém, é a de subida para o secretário-geral "rosa" e de descida para o presidente "laranja".
FICHA TÉCNICA
Universo: Indivíduos inscritos nos cadernos eleitorais em Portugal com telefone fixo no lar ou possuidor de telemóvel.
Amostra: Aleatória e estratificada (região, habitat, sexo, idade, escolaridade, actividade e voto legislativo) e representativa do universo e foi extraída de um sub-universo obtido de forma idêntica. A amostra teve 600 entrevistas efectivas: 277 a homens e 323 a mulheres; 155 no interior, 246 no litoral norte e 199 no litoral centro sul; 170 em aldeias, 220 em vilas e 210 em cidades. A proporcionalidade pelas variáveis de estratificação é obtida após reequilibragem amostral.
Técnica: Entrevista telefónica por C.A.T.I., tendo o trabalho de campo decorrido nos dias 1 a 4 de Fevereiro de 2012, com uma taxa de resposta de 73,8%.
Erro probabilístico: Para o total de uma amostra aleatória simples com 600 entrevistas, o desvio padrão máximo de uma proporção é 0,020 (ou seja, uma “margem de erro” - a 95% - de 4,00%).
Responsabilidade do estudo: Aximage Comunicação e Imagem Lda., sob a direcção técnica de Jorge de Sá e de João Queiroz.

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