Sintoma da nossa pobreza: o homem mais rico de Portugal terá colocado, para efeitos fiscais, nas despesas da sua holding facturas referentes a tampões higiénicos, artigos de mercearia, massagens e cintos de crocodilo.
Ficamos ainda a saber, que Américo Amorim terá considerado umas férias ao Brasil com a família (mulher, filhas, genros e netas) uma viagem de negócios dedutível em sede de IRC. E bem pode o inspector das finanças questionar de que negócios trataram em Belo Horizonte os netos do magnata...
Em Portugal, cumprem as suas obrigações fiscais os desgraçados e os que trabalham por conta de outrem. Pagar ao Fisco é coisa de pobre. Um rico não suja as mãos com declarações fiscais. Come-as ao pequeno-almoço. Há muito que o povo diz e repete: pagar e morrer quanto mais tarde melhor.
O ministro Pedro Mota Soares, que chegou de Vespa à tomada de posse do Governo de Passos Coelho, desloca-se agora num Audi topo de gama, que custou 86.000 euros, numa altura de cortes nos subsídios de Natal e de férias de funcionários públicos e pensionistas e em que se pede contenção aos portugueses.
Estes dois exemplos de pessoas com alto estatuto económico, um, e político, o outro, mostram bem a contradição entre o que lhes vai na alma e as palavras/atos.
No primeiro caso, embora ninguém possa atirar a primeira pedra, temos que concordar que o tamanho da pedra é bem diferente e não havia necessidade… Caramba! O português mais rico de Portugal tem o arrojo de durante 3 anos incluir nas declarações de IRC 3.100.000 euros de despesas individuais, só para poupar uns míseros 750.000 euros (o que dava para comprar 8 carros e umas lambretas) ao Fisco? Bem dizia ele que não era rico, mas um simples trabalhador, mas gasta mais em minudências do que um trabalhador a sério durante toda a vida, com os impostos já descontados…
Que a multa não lhe seja leve!
No segundo caso, mesmo com algum respeito pela militância e boa fé que se sentia neste ministro, não é o trocar de lambreta para um carro topo de gama que nos escandaliza e o descredibiliza, mas o facto de ser o ministro dos Assuntos Sociais, encher-nos os ouvidos com “os mais desfavorecidos”, quase sempre com uma lágrima ao canto do olho e ainda culpar o anterior governo por esta mordomia de marajás…
Que a consciência lhe fique pesada!
E nem um nem outro darão qualquer outro contributo ao SEU país, dispensando o subsídio de férias e de Natal, em 2012, com que terão de aguentar os que não podem fugir ao (con)FISCO!
Li há pouco uma notícia que tinha sido comprado um novo carrito de 140.000 € para representação... porque o actual estava a a custar muito em reparações!
ResponderEliminarFélix da Costa
ResponderEliminarEsse deve ser para substituir o do Sócrates, que já tinha custado mais ou menos isso. E o povo paga!