Howard Gardner |
Gardner apresentou a sua teoria das inteligências múltiplas em 1983, com a qual mudou radicalmente o modo de entender a cognição, a inteligência e a educação.
O cientista, nascido em 1943 nos Estados Unidos e que obteve um doutoramento em psicologia social, pela Universidade de Harvard, em 1971, defende que não existe uma inteligência única. Considera que cada indivíduo possui pelo menos oito habilidades cognitivas. Estas inteligências são a linguística, lógico-matemática, corporal-cinestésica, musical, espacial, naturalista, interpessoal e intrapessoal.
Segundo a teoria, as oito não têm um valor intrínseco e “o comportamento do indivíduo na sociedade, fazendo uso da sua inteligência, constitui uma questão moral fundamental”, diz o comunicado em que é divulgada a atribuição do prémio. A teoria é em si mesma uma grande crítica à forma como se via a inteligência e como esta era avaliada, por exemplo através dos testes de QI.
“Estou entusiasmado e honrado por receber este prestigioso prémio”, disse em comunicado Howard Gardner, acrescentando que sempre se considerou um cientista social.
O norte-americano criticou a prevalência quase absoluta dos métodos quantitativos nas ciências sociais anglo-saxónicas, e disse ter ficado contente pelo “prémio reconhecer uma vertente das ciências sociais que envolve análises qualitativas e uma síntese alargada do conhecimento”.
Desde 1972, Gardner é co-director do Projecto Zero, na Universidade de Harvard, onde tem vindo a desenvolver um modelo de uma “escola inteligente”, na qual a aprendizagem é fruto do acto de pensar. A maior parte do trabalho está a ser aplicado em escolas públicas norte-americanas, principalmente em bairros pobres.
O cientista já publicou 25 livros, traduzidos em 28 línguas, e recebeu 26 doutoramentos honoris causa. Ganhou em 1984 o Prémio Nacional de Psicologia dos Estados Unidos. Em 2005 e 2008 foi considerado um dos 100 intelectuais mais influentes do mundo pelas revistas Foreign Policy eProspect.
Muito preguei e durante muito tempo sobre a importância das Inteligências Múltiplas na Educação e nas aprendizagens, contra a predominância dada à Língua Materna e à Matemática pelo nosso Sistema Educativo e pelo PISA, quase sempre entendido como um lunático, que aceitava uma teoria quase esotérica.
Fiquei feliz, por ver agora reconhecido o autor da teoria (quase desconhecida pelos professores, projetistas e construtores do Sistema Educativo), só porque também é para mim o reconhecimento de uma feliz visita ao futuro, que fiz há anos, de onde trouxe um instrumento que me auxiliou ao sucesso na docência.
E fica aqui, só um resumo, que pode ser o começo para muitos…
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