"As 7 obras da Misericórdia", de Caravaggio |
A incerteza em relação ao preço dos alimentos e as políticas adotadas em relação à crise económica são os principais fatores que ameaçam a concretização dos Objetivos do Milénio.
Uma das missões de Graziano será aumentar a produtividade e reduzir as despesas adicionais em 34,5 mil milhões em comparação com despesas já programadas.
Papa critica políticas exclusivamente de emergência
Bento XVI defendeu a adoção de medidas concretas para combater a fome no mundo com uma política baseada na solidariedade. "A alimentação é uma condição que aborda o fundamento do direito à vida", sublinhou o representante máximo da Igreja Católica, no Vaticano, dirigindo-se aos representantes da FAO.
Bento XVI sublinha que o desenvolvimento das economias deve ser baseado na solidariedade e não no lucro. Notando que a pobreza e o subdesenvolvimento resultam de atitudes "egoístas" que partem dos homens, o Papa pede uma “reflexão completa sobre as causas” da pobreza.
O Papa também criticou as políticas meramente de emergência. "Apesar dos compromissos e obrigações consistentes, a assistência e o apoio prático são muitas vezes limitados a situações de emergência, esquecendo que uma conceção coerente de desenvolvimento deve ser capaz de projetar um futuro para todos, família e comunidade, e também por um longo período", defendeu Bento XVI.
Quanto ao novo diretor da FAO, o brasileiro Graziano, só podemos desejar que tenha o mesmo sucesso na redução da fome, como a que obteve no Brasil, enquanto ministro e que consiga alterar a mentalidade do poderio mundial.
Quanto a Bento XVI, também achamos que já chega de conversa e o que é preciso é adotar-se medidas concretas para combater a fome no mundo, mas ao contrário, achamos que uma reflexão completa sobre as causas da pobreza não é necessária, porque toda a gente já as conhece e por isso as políticas meramente de emergência, só servem para institucionalizar a pobreza, eternizando-a.
Por acaso, tendo nós no novo governo um partido democrata cristão, com o ministro da Segurança Social do mesmo partido, detetamos no Programa respetivo as fontes das desigualdades:
A redução das desigualdades sociais deve começar, por um lado, pelo combate à apropriação indevida da riqueza, à fraude e evasão fiscal, à delapidação de recursos públicos, à economia informal, ao abandono escolar precoce e pela adopção de medidas de apoio à família e, por outro lado, pelo justo reconhecimento do mérito e do esforço de cada um.
e constatamos a tal emergência reprovada, ainda por cima diminuindo a intervenção direta do Estado na solução e passando-a para o 3º setor.
O Programa de Emergência Social será estruturado na base desse novo modelo de inovação, através de uma Rede Nacional de Solidariedade (RENASO) em que Estado, Autarquias Locais e, sobretudo, organizações da sociedade civil, designadamente as Misericórdias, as Mutualidades e as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) irão convergir. São estas as entidades que melhor podem contribuir para acudir às situações de emergência social que não param de crescer.
O Programa de Emergência Social apostará numa menor intervenção directa do Estado nas tarefas do quotidiano e por uma maior transparência na definição de normas.
Será que é o Papa que está enganado?
“As 7 obras da Misericórdia”, de Caravaggio
Esta é uma obra complexa onde se encontram as 7 obras de Misericórdia resumidas em diferentes figuras, ou atitudes. O fundo é iluminado por uma vela, enquanto um sacerdote enterra um cadáver. A misericórdia de visitar os presos é assimilada à de dar de comer a quem tem fome, sob o tema clássico da Caridade romana. Um jovem vestido de militar (vestir os nus) e Sansão aparece bebendo de uma golfada (dar de beber a quem tem sede). Todas estas cenas são observadas pela Virgem numa explosão espetacular de glória.
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