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terça-feira, 21 de junho de 2011

Há BOAS notícias, que não são BOAS!

O custo da mão de obra na zona euro aumentou 2,6% no primeiro trimestre de 2011, mas em Portugal o aumento situou-se abaixo da média, com 0,8%, segundo dados do Eurostat.
Na Europa dos 27, Portugal é o país com menor aumento do custo da mão de obra. Pior estão países como a Grécia e a Irlanda que registaram um decréscimo de  6,8% e de 2,2%, respectivamente, o que os coloca num plano negativo face ao conjunto dos países europeus.
De todos os países, a Bulgária foi a que teve maior subida por hora de trabalho, 7,8%, seguida da Hungria com 5,6%.

Ao ler-mos e ao ouvir-mos (é notícia de TV) o primeiro título, a primeira ideia que nos vem à cabeça é que, afinal e apesar das ameaças, os trabalhadores portugueses estão a ganhar mais. Mas, se por acaso lêssemos o segundo título (cuja notícia é igualzinha), já não pensaríamos o mesmo, antes pelo contrário, porque nos é dado o aumento médio da Zona Euro e logo deparamos que é muito superior ao nosso…
E bem vistas as coisas mais devagar, depressa chegamos à conclusão de que não houve aumento nenhum, mas uma redução dos salários, ou do custo da hora de trabalho em Portugal. Ora bolas! Somos nós que somos lerdos, ou é a notícia que é manipuladora? Mas tem mais…
Na Grécia houve decréscimo de  6,8%, na Irlanda um decréscimo de 2,2% e em Portugal o tal “aumento” de 0,8%, ou seja, nos países com débitos e com compromissos para pagar, reduziu-se a capacidade de “enriquecimento”, dificultando-se a possibilidade de cumprir os tais compromissos, o que parece(?) um absurdo. Mas também podemos pensar que, se os trabalhadores ganham menos, alguém vai ter que ganhar mais, desde que não seja trabalhador, mas empreendedor e assim sendo, o Estado vai seguramente arrecadar mais impostos e estamos safos…
Podemos pensar ainda que, com salários mais baixos, vem aí os estrangeiros (europeus, ou dos países emergentes) instalar empresas cá na terra, quem sabe se deslocalizando-as dos países orientais e estamos safos…
Mas se nos lembrarmos das palavras de Manuel Pinho, quando era ministro da Economia e alardeou que a mão de obra em Portugal era das mais baratas, não convenceu ninguém a escolher-nos e ainda levou nas orelhas por nos querer comparar com os países emergentes, se calhar porque já estávamos a imergir…
Estamos sempre lixados!
Moral da história: Uns devem fechar a boca e outros devem abrir os olhos.

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