O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico publicou por engano uma informação confidencial segundo a qual Catherine Ashton não tinha experiência suficiente para ser a chefe da diplomacia da UE.
A informação, publicada no "site" do ministério e escrita em 2009, lança dúvidas sobre a credibilidade da trabalhista Catherine Ashton, atual alta representante da diplomacia europeia.
Elaborada antes da nomeação, a informação apenas refere que só um antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, primeiro-ministro ou chefe de Estado estaria convenientemente preparado para assumir funções de chefe da diplomacia europeia, que tem a cargo o novo Serviço de Acção Externa da UE. Catherine Ashton foi escolhida pela UE para o cargo de alta representante da diplomacia europeia apesar do cargo mais proeminente que tinha ocupado até então ser o de comissária do Comércio e o de líder da Câmara dos Lordes.
Desde que assumiu o cargo, Ashton, 55 anos, tem sido criticada pelo "low profile" e falta de experiência diplomática, diz o Daily Mail e refere ainda que Ashton foi, pelo menos, a quarta escolha de Gordon Brown, primeiro-ministro britânico na altura, para o cargo.
A informação confidencial foi entretanto retirada do "site" do Foreign Office e um porta-voz do ministério britânico citado pelo jornal sublinhou que o documento foi elaborado pelo governo anterior, que referiu: "Ashton está a fazer um bom cargo. A nossa opinião sobre o papel da alta representante e do Serviço de Acção Externa são bem conhecidas - devem complementar os ministérios de Negócios Estrangeiros, não substituí-los".
A isto é que se chama DIPLOMACIA! Diz-se mal de uma pessoa, torna-se pública essa opinião, depois de conhecida denuncia-se a autoria, depois retira-se do público e por fim elogia-se a criticada.
Claro que isto é um “fait divers”, perante os problemas que a UE atravessa e faz atravessar a vida dos seus cidadãos, mas traz ao de cima duas questões cruciais para o futuro do projeto europeu, porque levanta o critério da competência para as funções e a legitimidade democrática da sua escolha.
Quanto ao critério da escolha dos burocratas da Europa, basta pensar que à frente da Comissão Europeia está um conterrâneo nosso, que não deu conta do recado aqui, enquanto Primeiro ministro, o que bastaria para pensarmos que para os cargos mais baixos, deve acontecer o mesmo e por isso este descalabro.
Quanto à democraticidade dos lugares mais representativos da UE, a começar pelo “nosso” presidente, Herman Van Rompuy, continuando com a “nossa” alta representante da diplomacia, Catherine Ashton, que ninguém sabe por que chegaram aos lugares, mas não foi com o nosso voto, começa-se a perceber que são ambos fraquinhos e tanto, que quem manda mesmo são chefes de governo, eleitos pelos seus concidadãos e não pelos cidadãos europeus. E este é que é o problema, que a diplomacia não denuncia:
Cada macaco/a no SEU galho!
Como nota marginal, se esta informação tivesse proveniência no Wikileaks…
Caricatura de Schneider
A imprensa europeia mostra-se muito crítica sobre as nomeações do Primeiro ministro belga Herman Van Rompuy para primeiro presidente da União Europeia e da britânica Catherine Ashton para o lugar de alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros. Vários jornais interrogam-se se este duo terá peso bastante para dar vida a estes dois novos lugares, criados pel Tratado de Lisboa.
Sem comentários:
Enviar um comentário