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terça-feira, 21 de junho de 2011

Em ECONOMIA, a unanimidade é mesmo uma UTOPIA!


██ Zona Euro
██ Estados da UE que em última instância, são obrigados a aderir ao Euro
██ Referendo a ser realizado sobre a adesão ao Euro (Dinamarca)
██ Estados da UE com uma cláusula de exclusão à Zona Euro
██ Áreas fora da UE que usam o Euro sem acordo
O ministro das Finanças belga, Didier Reynders disse que, a concretizar-se a eventual saída da Grécia da zona euro, "seria um desastre para a Grécia", no entanto, essa saída seria também "uma catástrofe para toda a zona euro", completou, após reunião do Eurogrupo, que acabou sem uma decisão consensual sobre a libertação da próxima tranche de ajuda à Grécia.
Para Reynders, a saída da Grécia seria "pior" do que a falência do Lehman Brothers (setembro de 2008).
No final da reunião dos ministros das Finanças, o presidente do Eurogrupo pôs condições à entrega dos 12 mil milhões de euros. "Não consigo imaginar por um segundo como nos podemos comprometer a financiar" a Grécia sem um compromisso das autoridades gregas, afirmou Juncker.
As preocupações do ministro das Finanças belga (que vive há mais de um ano com governo de gestão e dando conta do recado) são a justificação do adiamento da tranche de ajuda à Grécia, que acabará por ser entregue, por isso.
Entretanto, o Sr. Junker exige às autoridades gregas um compromisso, que não terão qualquer dificuldade em o assumir, só que o POVO grego não está pelos ajustes e as renitentes manifestações da população, que está convencida que em democracia quem manda é o POVO, evidencia muitas reticências…
De um lado faz-se bluff, do outro o “jogo” é aberto…
O polémico Mayor de Londres escreveu um artigo onde argumenta que "a melhor ajuda que se pode dar à Grécia poderá ser deixá-los sozinhos". Para Boris Johnson "todos os governos europeus estão a fingir que a Grécia pode continuar no euro" e uma evidência de que o plano não está a ajudar Atenas "é que as medidas de austeridade estão a agravar a situação económica grega".
O Mayor escreve que "os alemães nunca teriam aprovado a adopção do euro se tivessem sido informados de que passariam a servir de garantia às dívidas gregas".
Confessando mais uma vez a minha ignorância nestas coisas da Economia, começo por achar estranho que um inglês, cujo país não entrou no Euro, dê conselhos para que a Grécia saia do Euro, sem perceber se será um bom, ou mau conselho (porque para o Reino Unido não foi má). E a minha confusão aumenta, quando o mesmo Sr. conclui que as medidas de austeridade imposta pela troika estão a agravar a situação económica grega (o que prova que o homem pensa), depreendendo-se que deveriam mudar a receita em vez da “expulsão”.
E ainda sobre a brilhante opinião do Presidente da Câmara de Londres (já imaginaram o Presidente da Câmara de Lisboa escrever artigos sobre as dívidas de países soberanos europeus?) diz ele que se a Alemanha soubesse que era para dar aval à Grécia, não tinha entrado no Euro, só que, talvez não lhe fosse tão fácil vender submarinos e outras extravagâncias, quer aos gregos, que a nós, com a obrigação de lhes comprarmos o que nós e eles tem, ou seja, veriam o mercado reduzido. E afinal, quem ganhou com o Euro? Foi a Grécia e Portugal e muitos outros países “europeus”, ou a Alemanha?
A história dos sócios capitalista…
João Ferreira do Amaral aconselha Portugal a usar o dinheiro da ‘troika' para regressar ao escudo.
"Acho que nos devíamos começar a preparar para isso [sair do euro] para, quando acontecer, o fazermos de forma ordenada e com o mínimo de instabilidade", defendeu. Para o economista, Portugal deve agir para "que o financiamento da troika seja utilizado para compensar o aumento das dívidas" causado por uma saída do euro.
"Admito que seja preciso um empréstimo de 30% do PIB. A nossa saída do euro deve levar a uma depreciação cambial na ordem dos 30%. Daria entre 50 a 60 mil milhões de euros. Ou usaria o actual empréstimo ou haveria um novo veículo, com prazo mais longo", argumenta João Ferreira do Amaral, para quem "a hora da verdade está iminente" porque "a Grécia servirá de cobaia para o que se seguirá".
Ferreira do Amaral considera que "Deixamos apodrecer esta situação e já nos estão a impor juros de 12%. Infelizmente, como o plano que [a troika] nos impõe não irá dar resultado ao nível de crescimento, significa que mal acabe esse financiamento vamos deparar com taxas de juros dessa magnitude".
O custo dessa eventual saída do euro "será brutal" mas "penso que ainda estamos a tempo de negociar uma saída com apoio comunitário", defendeu o economista.
Não vou dizer que sim, nem que não, mas para nos acontecer daqui a um ano a mesma humilhação, quanto mais tarde nos despedirmos, maior vai ser a ressaca…
E repetindo-me, se a Eurolândia é isto, prefiro voltar à Lusitânia!

2 comentários:

  1. Miguel,

    O problema não está em quem está no Euro. O problema está no facto do Euro ser um grande problema para Britânicos e, acima de tudo, para os EUA e o seu dólar.

    Aliás, estes constantes ataques ao Euro vindos de "fora" são todos muito bem pensados. No mundo só há espaço para uma moeda forte de referência. Duas é já demais. Ou ganha o Euro ou ganha o Dólar.

    A solução passa pela Europa deixar as suas mexeriqueiras do costume e que levaram a duas Guerras Mundiais no mesmo século que destruíram por completo o poder Europeu no mundo. Ninguém se apercebeu mas os Europeus passaram de colonizadores para colonizados (pelos EUA e URSS). Enquanto os egos de nações fictícias e inventadas por conquistadores continuar a falar mais alto que o interesse comum a todos, a Europa falhará e a culpa será de tudo menos daquilo que verdadeiramente é culpado.

    É a velha história dos pepinos Alemães.

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  2. Elenáro
    Nunca estivemos tão de acordo.
    Esquisito é que nenhum dos "cabeças" fale no assunto da guerra das moedas e que nem desconfiem por que são atacados os países mais fracos, como 1º round de um combate bem visível. A sorte, é que os EUA estão tão mal do que nós, embora com cre´dito e muito dependentes da dívida com a China. Mas sermos colonizados pelos EUA, ou pela China, ainda é uma opção a fazermos, mas os "economistas" andam todos distraídos.
    Bons feriados

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