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sexta-feira, 18 de março de 2011

Teorias conspirativas em prática? Se não é, parece…

Sem decisões que permitam mudanças estruturais a longo prazo, acompanhadas de vontade política, a insegurança alimentar global permanecerá
A história precisa ser sempre um eterno recomeço? Estamos a enfrentar o que poderia ser uma outra grande crise alimentar.
O Índice de Preços dos Alimentos da FAO voltou a atingir o seu nível mais alto no final de 2010.
E, nos próximos anos, a volatilidade e os preços continuarão altos, se não atacarmos as causas estruturais do desequilíbrio do sistema agrícola internacional. Seguimos reagindo a fatores conjunturais e, portanto, a gerir crises.
Até 2050, será necessário aumentar em 70% a produção agrícola mundial e em 100% nos países em desenvolvimento.
Para isso, a primeira e mais importante questão é a do investimento: a participação da agricultura na ajuda oficial ao desenvolvimento agora está em torno de 5%, e deve retornar ao patamar de 19%, de 1980, alcançando os US$ 44 bilhões por ano.
O orçamento destinado à agricultura pelos países de baixo rendimento e importadores de alimentos, que hoje gira em torno dos 5%, deveria atingir um mínimo de 10%, e os investimentos privados nacionais e estrangeiros, que representam cerca de US$ 140 bilhões por ano, deveriam subir para US$ 200 bilhões.
Estes valores são uma fração do que se gasta anualmente na compra de armas, em torno de US$ 1,5 trilhão. Em seguida, temos o comércio internacional de produtos agrícolas, que não é livre nem justo.
É preciso, ainda, chegar a um consenso nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) para colocar fim à distorção dos mercados e das medidas comerciais restritivas.
Os países da OCDE proporcionam à sua agricultura um apoio equivalente a quase US$ 365 bilhões por ano, e seus subsídios e proteção tarifária a favor dos biocombustíveis causam o desvio de 120 milhões de toneladas de cereais do consumo humano para o setor de transportes.
Por último, temos a especulação financeira exacerbada pelas medidas de liberalização dos mercados futuros de produtos agrícolas, num contexto de crise económica e financeira. Estas condições tornaram instrumentos de arbitragem de risco em produtos financeiros especulativos que substituem outros investimentos menos rentáveis.
É urgente introduzir novas medidas de transparência e de regulamentação para fazer frente à especulação nos mercados futuros de produtos agrícolas.
Num contexto também incerto do ponto de vista climático, marcado por inundações e secas, é necessário poder financiar pequenas obras de controlo de água, meios de armazenamento locais e estradas rurais, assim como portos de pesca e matadouros.
Só desta forma será possível garantir a produção de alimentos e melhorar a produtividade e a competitividade dos pequenos agricultores, diminuindo os preços ao consumidor e aumentando a renda das populações rurais, que representam 70% dos pobres no mundo.
A aplicação dessas políticas globais deve ser baseada no respeito dos compromissos assumidos pelos países desenvolvidos e em desenvolvimento.
A gestão de crises é importante, mas a prevenção é melhor. Sem decisões que permitam mudanças estruturais a longo prazo, acompanhadas de vontade política e dos recursos financeiros necessários para sua aplicação, a insegurança alimentar permanecerá.
Isso dará margem a instabilidade política em diversos países e poderá ameaçar a paz e a segurança mundial. Se não forem seguidos por ações, os discursos e as promessas das grandes reuniões internacionais apenas aumentarão a frustração e a revolta num planeta cuja população vai aumentar dos atuais 6,9 bilhões de pessoas para 9,1 bilhões no ano de 2050.
Jacques Diouf, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO)
Para se começar a entender o que se passa com a realidade económica e financeira, que nos empurra para a realidade política e social, aqui vai um primeiro vídeo, a que se seguirão outros mais assustadores e mais detalhados, com testemunhos de actores desta prática conspirativa.
Foto
Colapso Económico, Fome e Miséria Programados e Iminentes - Alex Jones
Alexander Emerick Jones, nasceu a 11 de fevereiro de 1974 é um cineasta e apresentador de rádio americano. O seu programa "The Alex Jones Show" é transmitido através de cerca de 60 estações de rádio AM e FM por todo os Estados Unidos e na Internet. Ele é um famoso teórico da conspiração.
Em 8 de junho de 2006, quando a caminho para cobrir a reunião do Grupo Bilderberg em Ottawa (Canadá), Jones foi detido no aeroporto de Ottawa por autoridades canadianas, que lhe confiscou o passaporte, os equipamentos de câmara e muitos dos seus pertences. Posteriormente Jones foi libertado sem nenhuma acusação.

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