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quarta-feira, 16 de março de 2011

MERCADO é isto! As teorias que o sustentam são treta!

A notícia de que os preços mundiais de alimentos chegaram em fevereiro ao nível mais alto desde 1990 reforça a expectativa sobre que medidas poderão ser tomadas para evitar que a fome e a pobreza em escala planetária aumentem. A FAO, agência da Organização das Nações Unidas para a alimentação alerta que o clima, o aumento da procura, o uso de grãos para fabricar biocombustíveis e o encarecimento do petróleo são os principais fatores para explicar o quadro atual.
Alimento ou lucro?
A especulação financeira foi colocada no centro das apreensões da FAO. "É urgente introduzir novas medidas de transparência e de regulamentação para fazer frente à especulação nos mercados futuros de produtos agrícolas", anotou Jacques Diouf, diretor da entidade, em artigo recente.
O problema tem início na década de 1990, quando as commodities agrícolas passaram a receber atenção de investidores do mercado financeiro. Commodities são produtos básicos cuja cotação é regulada internacionalmente através de negociação nas bolsas de valores, como a soja e o café, por exemplo. Como noutras transações financeiras, esses produtos passaram a estar sujeitos a humores de investidores globais.
"O tipo de comportamento de 'manada' dos investidores e a velocidade e magnitude das decisões de investimento nos mercados financeiros podem provocar pressões repentinas sobre a procura de bens primários, inclusive a nível global", adverte a FAO no seu relatório anual. Em linhas gerais, os preços dos alimentos têm ficado tão voláteis como o humor dos investidores, num fenómeno que a agência classifica como “financeirização” do setor.
Geopolítica
Um bom exemplo foi dado recentemente. Com as movimentações políticas nos países árabes, os homens do mercado financeiro apressaram-se a vender os seus papéis, baixando a cotação dos preços de grãos no mundo todo.
Lucílio Alves, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), considera que a apreensão dos investidores com os factos no mundo árabe já passou, o que permitirá a retoma das cotações tidas como normais. "Como as commodities já vinham em alta, o que se fez ao sinal das incertezas foi liquidar os contratos. Os investidores aproveitam os ganhos e entram noutros mercados."
Ao mesmo tempo, o mundo árabe é rico em petróleo, e aí a tensão tem outro aspecto. A possibilidade de interrupção na produção petrolífera provoca um movimento de alta nos preços de combustíveis, o que por sua vez tem impacto nos custos da indústria de alimentos.
Clima
O clima é um dos fator conectado ao preço da alimentação, já que instabilidades provocam perdas de safras. Ainda é cedo para dizer qual o impacto que o aquecimento global terá sobre a cadeia produtiva, mas fenómenos pontuais nos últimos anos tem chamado a atenção. Em 2007 e 2008, uma seca em países produtores, como Argentina e Austrália, além do leste europeu e de parte da Ásia, foi um dos fatores centrais.
Em 2011, novamente a baixa pluviosidade é apontada como uma das culpadas. Começou na Ásia, forçando a elevação dos preços do trigo. “Foi uma quebra violenta de safra. Então, os países tomam a decisão de não exportar. Como o trigo é utilizado para consumo animal, na falta dele passam a utilizar soja e milho, que também acabam pressionados”, resume Paulo Magno, analista de mercado da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), estatal vinculada ao Ministério da Agricultura.
De qualquer modo, a inflação provocada pelos alimentos parece ter passado o seu pior momento.
E o Mercado é mesmo isto! Os especuladores apostam em qualquer coisa (nem são esquisitos) que dê dinheiro, sejam quais forem as consequências para o planeta, ou para os homens que o habitam e pronto! Ou pagamos no carro, ou pagamos no pão. E nem precisam de se justificarem, porque há sempre uns teóricos seguidistas, que aceitam a prática e sustentam “racionalmente” a teoria, que nem os radicais religiosos se lhes comparam.
E se o diretor da FAO, Jacques Diouf, diz que é urgente introduzir novas medidas de transparência e de regulamentação para fazer frente à especulação nos mercados futuros de produtos agrícolas é porque é possível regulamentar! Porque não fazem? Quem não deixa fazer? Os Relatórios devem ser conclusivos.

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