A Associação Sindical dos Profissionais da PSP (ASPP/PSP) marcou para terça-feira à tarde uma concentração junto da residência do primeiro-ministro para entregar uma moção "reivindicativa" ao Governo e insistir na demissão do ministro da Administração Interna.
Paulo Rodrigues, presidente da ASPP, explicou que a concentração está a motivar uma "grande participação de polícias de todo o país", que estão "revoltados, descontentes e desmotivados com uma situação que se arrasta há mais de um ano e que é ilegal", nomeadamente devido à não aplicação da parte remuneratória do estatuto profissional.
Antes da concentração vai realizar-se um encontro nacional em Lisboa, que conclui o ciclo de plenários iniciado a 1 de fevereiro por todo o país.
Mais de duas centenas de agentes da PSP membros da ASPP/PSP, reunidos em plenário, aprovaram "por unanimidade" a moção em que pedem que o "primeiro-ministro substitua rapidamente o ministro da Administração Interna [Rui Pereira], incapaz de resolver os problemas e ignorado pelo ministro das Finanças" no que toca ao seu compromisso de aplicar novas tabelas remuneratórias, disse o presidente da associação.
"O ministro aprova um estatuto, diz que é esse que vai para a frente, portanto tem de saber que impacto orçamental vai ter. Mas depois vem dizer que o ministro das Finanças é que não disponibiliza a verba. Não faz sentido a PSP continuar a ser tutelada por um ministro que nunca vai ter capacidade de resolver os problemas", disse Paulo Rodrigues.
Ainda nos lembramos todos que, no dia 19 de Janeiro, num protesto organizado e autorizado à porta do Palácio de São Bento contra cortes na função pública acabou em “confrontos” com a polícia e a detenção de dois sindicalistas, um da Função Pública e outro de um Sindicato dos Professores.
Para além de as imagens nos mostrarem que não tinha havido qualquer confronto, essa evidência foi confirmada em Tribunal. Tal quer dizer que os polícias de serviço abusaram das suas competências e usurparam um direito constitucional, que é o de se manifestarem em defesa dos seus direitos. Nem se entende por que os sindicalistas vitimizados não pediram indemnizações ao Estado, ao Ministério da Administração Interna, ou aos próprios agentes.
Num volte face circunstancial, são agora os agentes da PSP a fazerem o mesmo que os sindicalistas fizeram e seguramente que estarão polícias de um lado a manifestarem-se e do outro polícias defendendo a “ordem”. Se forem tão rigorosos como foram com os sindicalistas, vamos ter agentes da PSP presos por agentes da PSP, numa reposição dos “secos e molhados” no tempo de Cavaco com PM.
Não seria mais “justo” e equitativo que, desta vez fossem os sindicalistas a vigiarem a manifestação da ASPP/PSP, só para experimentarem na pele a prepotência da força?
É uma sugestão, que bem sei não tem pernas para a manifestação, mas que tinha graça, tinha!
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