(per)Seguidores

quinta-feira, 17 de março de 2011

Um retrato a la minute, mas é um retrato!

Bastonário da Ordem dos Advogados critica “onda de vedetismo” dos juízes e diz que a sua geração deixou aos jovens “desemprego, pobreza e dívidas”.
Marinho Pinto disparou em vários sentidos no discurso de abertura do ano judicial, em Lisboa. O bastonário da Ordem dos Advogados aproveitou a ocasião para criticar “os verdadeiros assaltos aos recursos públicos que levaram ao enriquecimento obsceno dos seus autores” e “a corrupção que se tem alastrado a todos os níveis do aparelho do Estado”.
Falando “como simples advogado”, Marinho Pinto destacou vários episódios, conhecidos da sociedade portuguesa, em que “bancos foram saqueados em milhares de milhões de euros e os beneficiários continuam impunes”.
Já no que diz respeito à área da justiça, o bastonário começou por criticar aquilo a que chama “a desjudicialização da justiça, que vai ter duas consequências: em primeiro lugar, premeia aqueles que têm contas a ajustar com a justiça e, em segundo, fazem com que aqueles que a procuram desesperem e acabem por fazê-la com as suas próprias mãos”.
Para o bastonário da Ordem dos Advogados, a justiça portuguesa não está num “bom momento” e em parte devido ao Estado, que “nesta altura já não é capaz de cumprir o fim mais importante da ordem jurídica: a administração da justiça e dos tribunais”.
Marinho Pinto lembra, no entanto, que “não é só na justiça que as coisas correm mal". "O país, no seu todo, vive um dos momentos mais difíceis da sua história e a generalidade dos cidadãos sente que o Estado se está a dissolver e as instituições se estão a desmoronar”.
Não faltou ainda uma palavra aos mais jovens, a quem foi deixada “uma herança pesada”. “Hoje interrogo-me o que posso dizer aos meus filhos. O que é que a minha geração lhes deu? Desemprego, pobreza e dívidas, muitas dívidas e por isso concluo: as nossas elites falharam”.
O ensino também não escapou às críticas do bastonário, que acusou as “universidade de se mercantilizarem e não prepararem os jovens para as necessidades da economia actual”.
Por muito que os visados pelas denúncias de Marinho Pinto lhe chamem demagogo, pessoalmente admiro o cidadão e já lhe disse cara a cara, não só por ser do contra, mas por relatar sempre casos verídicos e daí não se entender onde mora a demagogia. Demagogia é não contra-argumentar as ideias e demonstrar a não veracidade os factos
E aqui ficam mais uns very lights lançados na Abertura do Ano Judicial, que desta vez não tiveram as reações insolentes de Magistrados que tem que ter uma postura de Estado para merecerem a continuidade nos altos cargos que lhe foram confiados
Entretanto, tudo na mesma.

Sem comentários:

Enviar um comentário