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domingo, 22 de junho de 2014

Faccioso por solidariedade com os meus conterrâneos…

Investigadores do Porto propõem uso de anti-inflamatório.
Uma equipa de investigadores do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), do Porto, propõe a utilização de um anti-inflamatório utilizado em situações reumáticas, conhecido como Anacinra, como estratégia terapêutica para doenças amiloidóticas como a “Doença dos Pezinhos”.
Baseado em ensaios pré-clínicos com modelos animais, o estudo, publicado recentemente, demonstra “a importância de alvos não amiloides nas estratégias para combater estas doenças. A Anacinra é um anti-inflamatório utilizado em situações reumáticas que impede a deposição da transtirretina (TTR), protegendo as fibras nervosas da degeneração”.
O grupo de investigadores, liderado por Maria João Saraiva, recorreu a modelos animais transgénicos que produzem a proteína TTR mutada, a qual é responsável pelo desenvolvimento da “Doença dos Pezinhos” nos humanos.
Para Maria João Saraiva “os efeitos benéficos nos animais são evidentes, permitindo estabelecer uma clara e nova abordagem: interferindo na cascata inflamatória da IL-1, interferimos na deposição de TTR e na regeneração do nervo”. “Demonstrado o conceito, ficam a faltar os ensaios clínicos para confirmar efeitos desta abordagem nas doenças amiloides em humanos”, afirma a investigadora, que explica que “estes compostos de baixo custo poderão ter efeitos benéficos em ensaios clínicos”.
A primeira terapia disponível para a polineuropatia amilóidótica familiar (PAF), mais conhecida por “Doença dos Pezinhos” ou Paramiloidose, foi o transplante de fígado. Contudo, segundo os investigadores, além de muito invasiva, não é totalmente eficaz por não eliminar a produção de TTR mutante noutros órgãos do corpo e devido ao risco de rejeição do transplante.
“Não há muito tempo, foi lançado no mercado o Tafamidis, um composto que, segundo alguns, ainda não deu provas suficientes de eficácia e cujo benefício ainda está em avaliação, necessitando de terapias combinadas”, referem os investigadores do IBMC.
A PAF foi descrita pela primeira vez pelo Professor Corino de Andrade, em 1952, em doentes da região da Póvoa de Varzim.
Desde pequenino que esta ameaça pairava em todas as famílias poveiras com raízes na “pescaria”, como é o meu caso, mas de que não fui vítima, e durante muitos anos todos os esforços foram feitos para erradicar ou controlar a doença mortal, que não tinha regras de propagação.
Felizmente, na última década o transplante do fígado veio reduzir os casos fatais e nos últimos 2 anos, mercê de um novo medicamento (Tafimidis) lançado no mercado, mas muito caro, aumentou a eficácia da terapia, com uma decisão (talvez a mais humanista) deste governo, foi disponibilizado, gratuitamente, salvando vidas, condenadas à nascença.
É bom para todos os atingidos pela má sorte, que novos medicamentos, mais baratos, premeiem os objetivos do governo (gastar menos), prolongando a vida dos estigmatizados, com a qualidade que qualquer cidadão merece.
E fica aqui o registo do processo reivindicativo dos que lutaram em benefício próprio:

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