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terça-feira, 24 de junho de 2014

E nós a pensar que, com tanta rebaldaria, já não havia regulação

A organização WikiLeaks difundiu documentos sobre alegadas negociações secretas internacionais acerca de transações financeiras – em que Portugal também estará envolvido – e que pretendem a desregulação dos mercados em todo o mundo.
A organização WikiLeaks difundiu o texto da proposta sobre o alegado TISA, Trade in Services Agreement (Acordo sobre Serviços de Transações) em que estão envolvidos 50 países, incluindo Portugal, e que movimentam um total de 68,2% dos serviços de transações a nível global.
De acordo com a organização fundada pelo australiano Julian Assange, os Estados Unidos e a União Europeia são os principais proponentes do acordo, assim como autores das principais propostas de alteração, pretendendo a inclusão de normas que possam permitir o movimento de informações entre países.
Segundo a WikiLeaks, trata-se de uma “importante manobra de falta de transparência” em que se encontram envolvidas todas as partes que participam no acordo que estará a ser atualmente negociado.
O documento TISA foi classificado e devia ser mantido como secreto durante as negociações que ainda decorrem e nos 5 anos após entrar em funcionamento.
Apesar das falhas na regulação durante o início da crise financeira global, em 2007 e 2008, e dos apelos para a implementação de estruturas de regulação, os proponentes do TISA pretendem desregular os serviços dos mercados financeiros em todo o mundo, segundo a WikiLeaks.
O anexo da proposta que tem como título “Financial Services Annex” determina regras que podem permitir a expansão financeira das multinacionais – sobretudo as que têm sede em Nova Iorque, Londres, Paris e Frankfurt – para outros pontos do mundo “evitando as barreiras da regulação”.
Da proposta, segundo a WikiLeaks, conclui-se que sobretudo os Estados Unidos querem promover o fluxo de informações financeiras, empresariais e pessoais entre os vários países envolvidos através de novas tecnologias.
De acordo com a organização, as negociações TISA decorrem atualmente à margem do Acordo Geral sobre Transação de Serviços (GATS) e da Organização Mundial de Comércio (OMC).
O TISA está a ser construído para que venha a ser compatível com o Acordo Geral sobre Transação de Serviços para que, segundo a WikiLeaks, no futuro venha a ser assinado pelos participantes da OMC que mostrem reticências sobre o assunto.
Ausentes dos cerca de 50 países envolvidos na negociação estão os países emergentes BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), porque a natureza do TISA pode enfraquecer posições em futuras negociações sobre transações e serviços.
O texto da proposta saiu da ronda negocial do último mês de abril, a 6.ª desde o 1.º encontro mantido em abril de 2013.
A próxima reunião está marcada para segunda-feira e deve prolongar-se até ao dia 27, em Genebra, Suíça.
Atualmente os países e regiões da OMC que negoceiam o TISA são: Austrália, Canadá, Chile, Taiwan, Colômbia, Costa Rica, Hong Kong, Islândia, Israel, Japão, Liechtenstein, México, Nova Zelândia, Noruega, Paquistão, Panamá, Paraguai, Perú, Coreia do Sul, Suíça, Turquia, Estados Unidos e ainda os países da União Europeia, incluindo Portugal.
A China e o Uruguai já demonstraram interesse em participar nas negociações mas até ao momento não foram incluídos.
E pronto! Temos mais 5 anos para o assalto final e a concretização das Teorias da Conspiração. Entretanto, a Austrália vem já desmentir a participação em tal “negócio”, mas não desmente as movimentações…
O primeiro-ministro australiano desmentiu as informações da organização WikiLeaks sobre a participação de Camberra em alegadas negociações internacionais para a desregulação do setor financeiro.
Segundo os documentos, o TISA prevê que informações sobre as contas bancárias locais e outras informações de ordem financeira possam vir a ser facilmente transferidas para outros países, através de novas tecnologias.
O Sindicato dos Serviços Financeiros da Austrália disse ao jornal The Age que as negociações "são um perigo real" porque pode destruir a regulação efetiva que protege a Austrália da crise financeira internacional.
O mesmo sindicato avisa que o acordo TISA pode provocar uma vaga de desemprego no setor financeiro australiano.

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