Um perito da Organização Internacional
do Trabalho (OIT) faz uma análise ao relatório sobre o emprego mundial, divulgado
em Genebra. Raymond Torres lembra os desafios que Portugal tem pela frente e
destaca alguns aspectos que podem ajudar a mudar a taxa de desemprego nacional.
Segundo o director do Instituto
Internacional de Estudos Sociais da OIT, os sectores onde Portugal possui
tradicionalmente uma vantagem competitiva, como o turismo, o agroalimentar e as
energias renováveis, deveriam continuar a criar empregos.
Além disso, na medida em que o sector
financeiro acabe o seu ajustamento, "pode-se
pensar que novos projectos industriais irão nascer", já que "ideias existem tanto nos serviços às
empresas como nos produtos relacionados com a indústria automóvel",
adiantou Raymond Torres. Nesse sentido, salientou a necessidade de retomar o
financiamento das pequenas e médias empresas.
A OIT preconiza uma garantia de
activação para oferecer aos jovens oportunidades de formação complementar, de
aprendizagem em empresas, de ajuda ao emprego ou ajuda para criar negócios. "É importante que Portugal se concentre
mais no emprego com a garantia de activação para os jovens, os serviços
públicos de emprego, um apoio às pequenas empresas, para que possam exportar ou
participar em concursos públicos noutros países e que não sofram de medidas de
prazos de pagamentos das administrações", explicou.
Os salários e a migração
Por outro lado, Raymond Torres indicou
que a evolução do comércio externo e da procura interna justificariam que os
salários não baixem mais. "Ao
contrário, uma progressão moderada e em linha com a produtividade manteria o
crescimento sem afectar a competitividade", acrescentou.
Desde do início da crise, a migração
norte-sul aumentou, um fenómeno que também afectou Portugal, mas essa emigração
pode ser positiva, caso os laços permaneçam entre Portugal e o país de destino.
"A curto prazo, a emigração permite
aos jovens adquirir uma experiência no estrangeiro, que Portugal não podia
oferecer devido à sua economia anémica. Mas, é crucial manter vínculos com os
emigrantes", frisou Raymond Torres.
A mesma fonte explicou que as redes de
embaixadas e de consulados poderiam servir de vínculos comerciais e de ponto de
ancoragem entre os expatriados e as empresas estabelecidas em Portugal.
"Os
países mais afectados, como os países de Europa do sul, deveriam conhecer uma
melhoria superior à média, particularmente em Portugal", declarou o director do Instituto
Internacional de Estudos Sociais da OIT, alertando, contudo, que este
crescimento "não seria suficiente
para absorver a taxa de desemprego, muito elevada no país".
Nos 5 próximos anos, as taxas de
desemprego nos países europeus podem diminuir até 11%, mas para atingir este
resultado até 2019 "é preciso criar
2.000.000 de empregos na Zona Euro", adiantou Raymond Torres.
Actualmente, a taxa de desemprego na
Zona Euro continua a ser superior a 12%, contra 7,5% em 2007.Já reparamos que há receitas para tudo, bastando ter os ingredientes apropriados, e no caso da Economia e Finanças, o esquema não anda longe, diferenciando-se apenas na qualidade e quantidade dos ingredientes, conforme os destinatários ao “pitéu” e uma “boa horinha” para a coisa sair certa e apetecível…
Há dias vimos receitas para os que não trabalham e enriquecem, agora vamos espreitar outras receitas para os que não trabalham e querem ganhar dinheiro, trabalhando…
Num caso e noutro, há “chefes” de renome, que dão garantia às propostas. Vamos lá ver…
No caso do desemprego, o especialista diz que só se pode pensar em reduzi-lo quando o sector financeiro acabar o seu ajustamento, o que quer dizer, pagarmos todos os calotes de alguns.
E ainda antes disso, salientou que é preciso retomar o financiamento das PME, interrompido por estratégia financeira, o que quer dizer, só depois de pagarmos todos os calotes das grandes empresas e bancos.
Só depois (quando?) é que Portugal se deve concentrar no emprego para os jovens (os menos jovens que se amanhem!), os serviços públicos de emprego (que estão a destruir), um apoio às PME) que cortaram) e que o Estado deixe de pagar fora de horas (o que continua)… E pronto, estamos safos!
Para aliciar os autóctones e convencê-los de que há luz na caverna de Ali Babá, vem o especialista dizer, agora, que para a evolução do comércio externo (apregoada) e da procura interna (retraída taticamente) é forçoso que os salários não baixem mais, pelo contrário, que haja um aumento moderado, mas progressivo, o que contraria a prática governamental e estraga o resultado da receita...
E o especialista continua, com a melhor das intenções, a alertar para a necessidade de os países europeus diminuírem o desemprego até 11% até 2019, mas para atingir este resultado é preciso criar 2.000.000 de empregos na Zona Euro, cuja taxa continua a ser superior a 12%, contra 7,5% em 2007.
O que quer dizer que o desemprego é filho da crise e da responsabilidade de quem a gerou, que não foram os que trabalhavam, mas dos que não trabalhando viviam à custa dos que trabalhavam…
E quer dizer mais, que os 2.000.000 de empregos necessários, não tem nenhum país em consideração, mas toda a Zona Euro, colocando o “problema” da migração entre os respetivos países, com a frieza de um especialista…
Finalmente, ao falar nos números e nas maleitas da Zona Euro, está a omitir nos números e as maleitas dos países fora do Euro, que são menores, omitindo, naturalmente, a relação do euro com a crise e consequências…
Apesar destes conselhos/receita, com os mesmos ingredientes que o executivo tem utilizado, com fracos resultados e sabendo-se que continuará a usar os mesmos, já fora de prazo, o que podemos esperar?
Agradece-se a boa vontade, mas que esbarra com a má vontade de quem nos desemprega e nos põe a dieta com “figos do diabo”…
Boas intenções, mas que o inferno queimará!
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