Compilação de à boca das urnas nacionais pela ONG VoteWatch mostra enfraquecimento dos partidos do centro. Caso as previsões se confirmem, grandes grupos de extrema-direita podem tornar-se a 4.ª maior força no Parlamento Europeu.
Até agora, a corrida entre as 2 maiores forças políticas no Parlamento Europeu parecia estar taco-a-taco. Segundo as mais recentes sondagens sobre as eleições que se concluem neste domingo, porém, a distância entre conservadores e socialistas deve voltar a aumentar.
O grupo conservador-cristão do Partido Popular Europeu (PPE) deve alcançar 218 assentos, enquanto o Partido Socialista Europeu deve ficar com 201 – 8 a menos do que nos prognósticos da semana anterior. Assim, nenhum dos 2 grandes blocos alcançará maioria absoluta das 751 cadeiras em Estrasburgo.
Esses números são fornecidos pelo projeto europeu de pesquisa de opinião PollWatch2014. O seu diretor deduz que "o próximo Parlamento será significativamente mais polarizado". "Vamos ver mais extremos na ala de direita e de esquerda. Os grupos do centro vão ficar menores", prevê. Isso também afetará a prática política e a formação de coligações, calcula.
Extrema-direita em 4.º lugar
As facções direitistas eurocéticas ou mesmo antieuropeias estarão mais fortes do que nunca, podendo formar 2 bancadas com pouco mais de 100 assentos, predizem os pesquisadores.
Os grupos extremamente nacionalistas e xenófobos – como a francesa Frente Nacional, de Marine Le Pen, e o Partido para a Liberdade (PVV), de Geert Wilders, da Holanda – deverão unir-se aos extremistas de 5 outros Estados-membros, formando uma nova bancada de extrema direita, com 38 mandatos.
A já existente bancada nacionalista antieuropeia, de que faz parte o UK Independence Party (Ukip) de Nigel Farage, possivelmente crescerá, obtendo 66 assentos no Parlamento Europeu. A PollWatch acredita que o Movimento Cinco Estrelas, liderado pelo antieuropeu italiano Beppe Grillo, vai entrar para esse grupo.
Somado a uma outra bancada eurocética, a moderada, com cerca de 45 mandatos, os grupos de opositores à UE e nacionalistas chegariam, assim, a algo entre 150 e 165 assentos, o que os tornaria a 4.ª maior força dentro do novo Parlamento Europeu, com 1/5 de todos os deputados.
Os verdes e os liberais perderão boa parte da sua base eleitoral. E a sondagem indica que a extrema-esquerda dobrará a sua bancada, alcançando 55 cadeiras. A tendência é garantida pelos partidos esquerdistas de protesto do Sul da Europa: a Coligação da Esquerda Radical (Syriza) da Grécia, e a Esquerda Unida (IU) de Espanha, que prosperaram graças à crise do euro.
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