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quarta-feira, 19 de março de 2014

A “bomba de neutrões” aplicada funcionou a 70%...

O presidente do Conselho Económico e Social diz que credores não reconhecem erros e insistem na receita. “Há aqui um filme que os representantes da ‘troika’ começam a exibir: esse filme é dizer que este programa foi um sucesso. Vão dizê-lo apontando vários exemplos e argumentos”, afirma, citando como exemplo das fragilidades de execução do programa, entre outros, o desfasamento entre as metas previstas no programa e os resultados obtidos, no crescimento do PIB, taxa de desemprego ou no controlo do défice público.
"Sobre a ideia de que o programa de ajustamento é um caso de sucesso, diria que essa ideia não pode ser aceite porque não corresponde à verdade", disse Silva Peneda, presidente do CES, na abertura do Fórum das Políticas Públicas 2014, considerando que a ideia de sucesso do programa de ajustamento financeiro em curso "é muito discutível" porque se baseia em "algum crescimento económico e num ligeiro decréscimo do desemprego" registados recentemente.
Segundo Silva Peneda, o critério mais adequado para avaliar o sucesso do programa seria comparar as metas estabelecidas inicialmente e os resultados obtidos.
O presidente do CES afirmou ainda que o programa de ajustamento agravou as desigualdades em Portugal, destruiu a classe média e a reforma do Estado confinou-se à redução da despesa, através de cortes aplicados aos funcionários públicos e pensionistas.
Defendeu que uma política económica para o futuro do país tem de "assumir a rotura com o anterior modelo económico" e apostar em políticas que gerem confiança, "o que só será conseguido com um forte compromisso entre as forças políticas e sociais".
"No CES temos consciência de que após uma crise profunda como esta que estamos a atravessar nunca mais voltaremos à situação de partida, estamos a atravessar uma fase de transição e, para melhorar a realidade, só o conseguiremos com um forte compromisso. Ignorar isto é miopia política", disse Silva Peneda.
A 2 meses do final do Programa, sondagem divulgada no Fórum das Políticas Públicas 2014 revela que 70,2% dos portugueses considera que ao fim de 3 anos Portugal está pior.
Os inquiridos mais velhos, com mais de 60 anos, são os que avaliam mais negativamente a execução do programa (72,6%) e são também os que mais dizem que estão pior que há 3 anos (70,4%).
Dos inquiridos, 76,8% disse que a sua situação e a da sua família está pior desde a intervenção da troika e apenas 11% diz que está melhor.
Tese: O critério mais adequado para avaliar o sucesso do programa seria comparar as metas estabelecidas inicialmente e os resultados obtidos.
Metas: Crescimento do PIB, taxa de desemprego e o controlo do défice público.Resultados: Agravaram-se as desigualdades, destruiu-se a classe média e a reforma do Estado confinou-se à redução da despesa, através de cortes aplicados aos funcionários públicos e pensionistas.
Síntese: A troika não reconhece erros de projeto, insiste na mesma receita e assim nunca mais voltaremos à situação de partida.
Há dias, sobre o Manifesto dos 74, dizia eu que se este fosse aberto a quem quisesse assiná-lo, teríamos 7.000.000 de cidadãos a fazê-lo. Contas feitas com base na sondagem apresentada, acertei em cheio, infelizmente…
Fica um reparo, quer a Silva Peneda, quer aos resultados da sondagem, que culpabilizam apenas a troika pela implosão que desenharam e encomendaram, omitindo de qualquer responsabilidade a “empresa” que colocou os explosivos, que carregou no detonador e gerou uma explosão controlada. Até parece que durante estes 3 anos não tivemos governo…
O “estado de graça” já acabou há muito e não tem graça nenhuma desprezar os efeitos colaterais.
A “bomba de neutrões” não foi por diante nos EUA, mas aqui vai funcionando, mesmo de fabrico artesanal…
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