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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Os bancos que “nacionalizamos” dar-nos-ão um CEO?

Jornais destacam os maus resultados da banca em 2013, os piores desde que a crise começou. 2.140 milhões de euros em prejuízos, menos 1.240 trabalhadores e menos 230 agências.
Ano negro. CGD, BCPBESBPI, Totta e Banif registaram um resultado negativo conjunto de 2.140 milhões de euros em 2013, mais 1/3 no vermelho do que em 2012. No ano passado, apenas BPI e Totta conseguiram ficar em terreno positivo, mas piores que em 2012. BCP e Banif foram os únicos a melhorar o seu desempenho, mas ainda assim somaram perdas de quase 500 mil euros cada um.
“Os 5 maiores bancos nacionais encerraram 2013 com um prejuízo global de 1.660 milhões de euros, igualando o pior ano da história registado em 2011. Juntando o Banif então é mesmo, indiscutivelmente, o pior resultado de sempre do sector, em Portugal”, escreve o Diário Económico.
Os maus resultados espelham em grande medida o limpar da casa no final de 2013 a tempo dos exames que o BCE fará este ano ao balanço dos bancos europeus. Auditorias solicitadas pelo Banco de Portugal a grandes clientes e os planos de reestruturação impostos pela troika em troca de dinheiro para recapitalização, também ajudaram a pintar um quadro particularmente negro.
O Negócios avança que as auditorias do Banco de Portugal a grandes clientes impuseram prejuízos de BES e CGD em 110 milhões de euros, e explica que, entre os 5 grandes, “o agravamento dos resultados do sector (apenas o BCP reduziu prejuízos) deveu-se sobretudo à queda de proveitos, que se acentuou, sobretudo na margem financeira”, isto é, à diferença entre rendimentos (juros) pagos e recebidos.
O Jornal de Notícias destaca que “só os 5 maiores bancos portugueses [BCP, BES, BPI, CGD e Banif] fecharam 235 agências e reduziram 1.243 trabalhadores” em 2013, com a principal fatia na redução de pessoal a chegar da CGD, “que Portugal reduziu o quadro de pessoal em 500 pessoas”.
O BCP liderou no fecho de balcões, com uma redução de 839 para 774 balcões, mantendo-se ainda assim à frente da CGD (766 balcões em 2013, menos 60 que em 2012) como o banco com maior representação no país. Nas contas do JN os 5 maiores bancos nacionais fecharam o ano passado com 34.344 trabalhadores e 3.155 agências.
Lucros em 2014? Prognósticos só no fim do jogo
Apesar do ano negro e da limpeza dos balanços, e mesmo com a melhoria das perspectivas económicas para 2014 é ainda cedo para confiar no regresso aos lucros do sistema financeiro este ano, escreve o Económico.
Enquanto não se registar um regresso do investimento empresarial não serão possíveis melhorias significativas. E neste momento ninguém arrisca. “Tanto é, que CGD e BES não se comprometem ainda com regresso a resultados líquidos positivos em 2014, estando o BCP mais optimista, antecipando voltar aos lucros na segunda metade do ano”, escreve o jornal.
Do lado da banca a maior parte do ajustamento em termos de alavancagem do sector parece estar feito. O Negócios escreve que “quase todos os 5 grandes já cumprem a meta de desalavancagem recomendada pela troika, uma vez que o rácio de transformação de depósitos em créditos já está na fasquia dos 120% que era a meta para final deste ano. Apenas o Santander está um pouco acima deste limiar nos 126%”.
A parte do empréstimo externo dedicada aos bancos vai continuar guardada até praticamente o fim do ano. Restam cerca de 6.000 milhões de euros.
O que ainda resta do apoio financeiro da troika para a banca vai manter-se sem ser utilizado, pelo menos até que esteja concluída a "avaliação abrangente" do BCE à banca europeia.
Os 4 maiores bancos portugueses, BES, BCP e Santander e CGD, conseguiram “escoar” em 2013 mais de 10.000 imóveis que detinham em carteira, fazendo com que 1 em cada 10 casas vendidas em Portugal tenham tido como proveniência a banca.
Os números agora revelados equivalem a 29 imóveis vendidos por dia, pelos bancos. Sinónimo também de um aumento de 50% face a 2012, motivado pela recuperação que é possível sentir no mercado da habitação.
Claro que não vou meter-me no meio de uma floresta por onde anda o “lobo mau”, para não correr o risco de escancarar a iliteracia sobre estas “coisas” da banca, porque só sei que rugem muito, mas pelos vistos é só para impor respeito…
Ninguém tem dúvidas de que os media estão atolados de “comentadores” e “especialistas”, que não passam de propagandistas de todas (sem exceção) as medidas do governo contra os mais fracos, para pagar a esta banca, que além da responsabilidade das bolhas que nos rebentaram nos bolsos, ainda acrescentam prejuízos, que nos estão e continuarão a obrigar a pagar a fatura.
Não esquecer que dos 78.000 milhões de euros do empréstimo da troika, 12.000 milhões foram destinados aos bancos, que “só” usaram 6.000 milhões, restando outro tanto para os apertos e somos todos nós que além de termos que pagar essa grossa fatia, ainda estamos a pagar os juros do utilizado e do que está parado…
E além de tudo isto, ainda somos obrigados a ouvir, quando estão aflitos e para disfarçar, os respetivos administradores-mor a darem-nos conselhos sobre economia, finanças, sociologia e até sobre política, como se soubessem como se sai da ratoeira que eles próprios armaram… Ainda há dias, o mais mediático deles e caricato bombista social arrotava ideias bacocas, enquanto o seu “negócio” vai por água abaixo… Haja paciência que verborreia até sobra!
Deve ser tudo por causa do stress, com a perda de 2.140 milhões de euros que os 5 maiores bancos somaram em prejuízos, o que os levou, a despedir 1.240 trabalhadores e a fecharem 230 agências, “soluções” idênticas às que o governo toma, o que demonstra por que batem palmas ao executivo. “Deus os fez, eles se juntam”!
Acrescente-se que, como o governo, também vão fazendo umas “privatizações” de património e em saldo, para ajudar as estatísticas das vendas de imóveis, martelando as estatísticas da construção civil, que fazem “ressuscitar” o setor, de tempos em tempos…
E perante estas práticas, como podem dar a cara nas TVs, rádios e jornais, tentando passar-se por sumidades na matéria, para falar de um país, quando não dão conta do estaminé que dirigem? E mais, quando as suas políticas de contenção de crédito são responsáveis pela destruição do tecido empresarial, com projeção nas taxas de desemprego?
Mais grave ainda, como podem as TVs, rádios e jornais convidarem estes fanfarrões para iludirem os espectadores, ouvintes e leitores que a/os sustentam?
Ou estarão os media comprometidos e enterrados no mesmo lamaçal em que nós estamos, presos a créditos e dívidas?
Destas “coisas” da banca pouco sei, mas sei que de sociologia e de política também eles pouco sabem e começo a ter dúvidas de que percebam de finanças…
Também não consta que tenham bibliotecas…

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