No final de 2013, trabalhavam nas administrações públicas (incluindo central, local e regional) 563.595 pessoas. Em termos anuais este número traduz uma redução face ao universo contabilizado um ano antes, mas na comparação com o trimestre terminado em setembro observa-se uma subida de mais 4.298 empregos. Este acréscimo trimestral (de 0,8%) é explicado pelo movimento cíclico anual de novas contratações para os estabelecimentos dos vários graus de ensino, acabando por suavizar a queda anual.
De acordo com os dados da Síntese Estatística do Emprego Público (SIEP), todos os ministérios registaram uma redução de trabalhadores, que no total ascendeu a 22.005. Ainda assim a redução verificada de 2012 para 2013 evidencia algum abrandamento por comparação com a quebra de quase 27.000 empregos observada um ano antes.
Contratos a prazo reduzem
O Governo não conseguiu em 2013 cumprir o objetivo, previsto no orçamento do Estado, de reduzir em 50% o número de contratos a prazo, mas os dados do SIEP mostram que o universo de pessoas com este tipo de vínculo precário encolheu 14%. No final de dezembro trabalhavam na função pública 63.273 pessoas com contrato a termo, contra 73.603 no final de 2012.
No orçamento de 2014, o Governo deixou cair aquela meta dos 50% de redução mas compromete-se a não renovar os contratos que vão chegando ao seu termo.
E pronto! Se em dezembro de 2011 havia 612.556 postos de trabalho no Estado e foram dar uma volta 48.971 (por razões várias e “legais”), houve uma redução de 8%, apenas em 2 anos, mas o que importa é saber-se que há menos 48.971 pessoas a trabalhar e perguntarmo-nos se os que ficaram conseguem fazer o mesmo serviço (e melhor, como dizem)…
Sobre o acréscimo de 0,8% em 2013 (de professores), convém acrescentar os dispensados em 2012, que foram cerca de 4.000, número superior aos de 2013, e siga o baile…
Entretanto, os contratos a prazo também vão diminuindo (10.300 num ano) e tenderão a extinguir-se conforme se chegue ao fim dos mesmos, o que é bom, porque os contratos a prazo é uma aberração laboral…
E tendo em conta que a força laboral das administrações públicas representa perto de 10,5% da população ativa e 12,4% da população empregada, de acordo com a síntese da DGAEP, temos que concluir que (façam as contas!) a surpresa dos governantes sobre as altas taxas do desemprego foram mesmo uma surpresa… para os despedidos.
Despeço-me com solidariedade…
Atualizado em às 12:53 horas do dia 18-02-2014
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