O alemão, Jürgen Kröger, que chefiou a representação da Comissão Europeia na “troika” para Portugal reformou-se antes do Verão, mas vai continuar a trabalhar para a Comissão Europeia, assessorando o executivo comunitário precisamente naquela que foi a sua derradeira responsabilidade enquanto eurocrata – a implementação do programa de ajustamento português. E vai poder acumular o novo vencimento com a reforma a que passou a ter direito.
Kröger tem um contrato de um ano, válido até Outubro de 2014, que estabelece que o ex-chefe da “troika” poderá trabalhar um máximo de 100 dias e será remunerado não com um salário mensal, mas sim com um pagamento (469 euros) por cada dia de trabalho efectuado, podendo atingir um máximo de 46.900 euros ao longo dos próximos 12 meses.
Kröger reformou-se no dia 1 de Julho de 2013, após ter completado 30 anos de serviço na função pública europeia e terá direito a uma reforma correspondente a 60% do seu último salário. A Comissão não confirma os montantes por se tratar de “dados pessoais”, mas o valor da reforma poderá oscilará entre os 7.929 euros e os 10.151 euros.
O Governo português anunciou recentemente que em 2014 a idade da reforma aumentará para os 66 anos. Na ocasião, Pedro Mota Soares, ministro da Segurança Social, explicou que a “troika” queria que o novo patamar passasse a ser de 67 anos. Isto numa altura em que a “troika”, por parte da Comissão, ainda era chefiada por Jörgen Kröger que, entretanto, se reformou com apenas 61 anos.
Convém começar por dizer que o senhor é alemão e como qualquer trabalhador seu patrício, trabalha menos tempo do que qualquer trabalhador português e mesmo assim ganha mais.
Já quanto à idade da reforma na Alemanha, o governo decidiu aumentar, gradualmente, a idade de reforma dos 65 para os 67 anos, entre 2012 e 2029, o que não se encaixa na sugestão deste “Frei Tomás”, que nos queria impor, já, o que a sua chefe não fez aos seus familiares e amigos.
Mas como o homem é funcionário da União Europeia, em que cada cantão pratica a desunião (exceto no setor bancário), toca de aproveitar uma reforma “antecipada”, continuando a trabalhar para o mesmo patrão e acumulando a reforma com (quase) um salário mínimo (dos nossos) por um dia de trabalho (dele).
E quem lhes paga? Nós!
Talvez seja isto que demonstra, não a tal diferença de produtividade, mas a diferença, mesmo…
Andam estes seráficos mandriões a pregar a insustentabilidade do sistema de reformas, a impingir cortes diabólicos e a sentenciar o aumento da idade de aposentação até à eternidade, quando, em proveito próprio e simultaneamente, “comem tudo”, vampiricamente…
E na verdade, o que se passa é verborreia barata, o que nos passam são contos do vigário, o que nos pregam são conversa de maus pagadores…
São ladrões! São porcos! Pqp!
A associação defende que a ideia de que o sistema de pensões deve promover a redistribuição do rendimento é errada, já que esta deve ser feita, primeiro, por via do IRS, tributando os rendimentos mais altos, e segundo, através do apoio às famílias mais carenciadas.
"Nesta visão em que o sistema de pensões é um contrato entre o Estado e o Cidadão (contrato, aliás, imposto unilateralmente pelo Estado), não se entende a campanha sobre uma suposta insustentabilidade do sistema,…".
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