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segunda-feira, 6 de maio de 2013

Vários atores em vários e repetidos “atos falhados”…

França e Itália preparam as bases de uma nova aliança pró-crescimento na Europa — que não esqueça o rigor orçamental.
Em Enrico Letta*, o novo primeiro-ministro italiano, François Hollande encontrou o amigo de que precisava na Europa. Letta é alguém capaz de dizer que “é preciso coordenar as políticas do trabalho a nível europeu, para responder aos que perderam emprego e os que não conseguem encontrar trabalho, para não passar aos cidadãos a mensagem de que a Europa é um desastre democrático”. Mas ao mesmo tempo sossega os ouvidos alemães e do Norte da Europa, dizendo partilhar “a ideia de que crescimento e rigor não são incompatíveis”.
O Presidente socialista francês recebeu no Eliseu o novo governante italiano, do Partido Democrático (centro-esquerda) e o entendimento para a criação de nova frente europeia pró-crescimento foi notório. “Foi um encontro importante e positivo: a taxa de satisfação da minha parte é de 100%”, disse num francês impecável Enrico Letta, que estudou em França.
Paris e Roma têm como horizonte próximo a cimeira europeia de Junho: querem pôr de pé uma estratégia de luta contra o desemprego na Europa — “em especial contra o desemprego jovem, que é o verdadeiro pesadelo deste ano”, sublinhou Enrico Letta. “O trabalho é o cerne de tudo”, tinha já dito em Berlim na véspera, depois de um jantar de trabalho com a chanceler Angela Merkel.
Com o primeiro-ministro italiano ao lado, Hollande recordou o “pacto de crescimento” que apresentou aos 27 quando ele próprio foi eleito, há um ano - embora o novo fôlego que parecia trazer se tenha desvanecido num sopro, à medida que Paris enfrenta dificuldades para controlar a sua própria dívida e para estimular o crescimento económico, com o desemprego a atingir níveis recordes.
Mas os desafios não são apenas económicos: “O declínio europeu faz crescer os piores sentimentos; estas questões devem preocupar os líderes de cada um dos países europeus nos próximos meses”, sublinhou Hollande.
Com a experiência que um ano de tramitações nos bastidores das altas esferas europeias lhe deu, o Presidente francês sublinhou o apelo de Letta ao empenho na luta contra o desemprego e a visão do relançamento económico como uma questão democrática com um traço mais dramático: “Não se trata apenas de saber se Itália e França sairão da crise, mas de saber se a Europa terá um futuro comum. Ou se os egoísmos nacionais vão triunfar.”
Andamos sempre a dizer “vamos lá ver se é desta e com estes!”, para não perdermos a esperança de que a racionalidade, a humanidade e a consciência social caia como uma língua de fogo na cabeça dos “líderes” europeus e mais uma vez o pensamos, pelas novas circunstâncias, embora se saiba que até à contagem do último voto das eleições alemãs, em setembro, tudo são manobras de bastidores…
E com a baixa de popularidade de Hollande, mais o currículo de Letta, que o cola a 3 entidades internacionais das clássicas Teorias da Conspiração, com objetivos que se vão concretizando, não devemos ter muita fé na dupla, até porque se era para resolver o problema do desemprego, o encontro deveria abranger os governantes dos países mais atingidos pela “facada nas costas”, que quanto mais não fosse serviria para sabermos de que lado da trincheira estariam os nossos…
Assim, quase que temos que dar razão a Barroso, que repete o que Martin Shulz disse há dias em Portugal, as decisões no seio do Eurogrupo são sempre tomadas por unanimidade e por isso nenhum governante está isento da corresponsabilidade… Mas é bom não esquecer, que Shulz, que pertence ao partido que se opõe ao de Merkel é o potencial candidato ao lugar do Zé Manel, o que pode ter empurrado mais um português para o colo da matrona…
Parece, pelo que dizem, que estamos todos à espera do milagre, dirigentes políticos inclusive, mas se continuarem a fazer as mesmas coisa, obterão sempre os mesmos resultados, que nós conferiremos, como a prova dos novos…
O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, afirmou, que "O que acontece em França ou em Portugal não é culpa de Merkel ou da Alemanha”. "As decisões no seio do Eurogrupo são sempre tomadas por unanimidade. É totalmente injusto apresentar as medidas como se fossem impostas por um único país ou por uma só instituição", disse.
O responsável pelo órgão executivo da União Europeia afirmou ainda que “esta crise e os problemas que lhe estão associados não são resultado da política da Alemanha ou culpa da União Europeia”, mas que têm origem numa “política de gastos excessivos, de falta de competitividade e de uma acção irresponsável dos mercados financeiros”. "Eu estou extremamente reconhecido à Alemanha e à sua atitude. E não tenho medo de dizer publicamente: A chanceler Merkel é certamente uma, se não a principal figura a nível europeu, que melhor compreende o que está a acontecer".
Durão Barroso disse ainda, que Angela Merkel “investiu muito do seu tempo e energia no projecto europeu”. “Gostaria que pudéssemos dizer o mesmo de todos os Chefes de Governo”, destacou.
*Enrico Letta é membro do comitê europeu da Comissão Trilateral, um grupo de interesse de orientação neoliberal fundado em 1973 por David Rockefeller, faz parte do comitê executivo do Instituto Aspen na Itália e em 2012 participou da reunião do Clube de Bilderberg, em Chantilly, nos Estados Unidos.
Da esquerda
À esquerda, o linguista Noam Chomsky argumenta que um relatório emitido pela Comissão chamado A Crise da Democracia, que propõe soluções para o "excesso de democracia" na década de 1960, encarna "a ideologia da ala liberal do Estado capitalista elite dominante". Chomsky também argumenta que o grupo teve uma influência indevida na administração de Jimmy Carter.
Da direita
À direita, um número de proeminentes pensadores e políticos criticaram a Comissão Trilateral, por invadir a soberania nacional. No seu livro “With no Apologies”, o ex-senador republicano conservador Barry Goldwater criticou o grupo de discussão, sugerindo que era "um hábil esforço coordenado para assumir o controlo e consolidar os 4 centros de poder: político, monetário, intelectual e eclesiástico... na criação de um poder económico mundial superior aos governos políticos das nações-estados envolvidos".

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