A contribuição de sustentabilidade do sistema de pensões, que está incluída no pacote de medidas anunciado sexta-feira pelo primeiro-ministro, pode ficar pelo caminho, caso se concretizem as poupanças projectadas nos ministérios.
“As medidas que acabei de enunciar perfazem, no seu conjunto, cerca de 4,8 mil milhões de euros até 2015. É por isso que devem ser vistas como um conjunto de alternativas mais completo para atingirmos o nosso objectivo de perto de 4 mil milhões. Devem ser vistas como um conjunto de possibilidades que não estão fechadas precisamente porque queremos uma discussão aberta sobre cada uma delas e, desejavelmente, analisar propostas alternativas ou as combinações mais coerentes das medidas”. Passos Coelho, 3 de Maio de 2013.
Bagão Félix acusa o Governo (a 4 de maio d 2013) de aprovar impostos encapotados e de pôr em causa o Estado providência, com nova taxa a aplicar aos pensionistas anunciada (no dia 3 de maio de 2013).
“Este anúncio revela por fim uma espécie de OPA hostil e gratuita do Ministério das Finanças sobre o regime público das pensões”, critica. “Alguém tem que defender este direito de propriedade. Não pode ser expropriado. As finanças apoderaram-se do sistema e vêem isto numa logica de curto prazo. Uma reforma da segurança social não se pode fazer apenas para obter efeito orçamental no ano ‘x’,’ y’ ou ‘z’, lá fora estas reformas demoram uma década, aqui é corte de talho”, critica ainda o ex-ministro da Segurança Social.
O ministro dos Negócios Estrangeiros e líder do CDS, Paulo Portas, reagiu hoje (5 de maio de 2013) às medidas anunciadas pelo primeiro-ministro na sexta-feira, revelando concordância com todas elas, menos a introdução de uma taxa sobre as pensões.
No final da sua intervenção, Portas foi questionado por que razão tinha Passos Coelho avançado com a taxa sobre as pensões, se sabia que Portas não concordava com ela. O líder do CDS repetiu que “o acordo dentro do governo foi o de procurar medidas suplementares para permitir ganhar margem de manobra” e atingir um “resultado final que seja mais justo e equilibrado”.
Quanto ao aumento da idade da reforma, Portas confessa que “fiquei incomodado com a notícia que o governo queria colocar a idade da reforma nos 67 anos” e “considero que é bem melhor os 66 anos”, afirmou.
3 de maio – Passos Coelho anunciou um corte de 4.800 milhões de euros nas necessidades e obrigações do Estado, 4.000 milhões por iniciativa própria (e não por imposição da troika como os media insistem), mais 1.800 milhões correspondentes às inconstitucionalidades propostas no OE2013, apesar de ter deixado passar a CES (e vai daí)... E tudo somado daria 5.800 milhões de euros. Se 1.000 milhões de euros desapareceram do pé para a mão, tal só prova que a iniciativa é mesmo do governo e apenas por razões político-ideológicas…
Uma das vítimas do “esticão” seriam os pensionistas (1.460 milhões de euros), porque os ladrões não são especialistas em assaltos aos bancos e derivados…
4 de maio – Bagão Félix, entre outros, vem denunciar mais um aumento de impostos, que PPC tinha jurado por de parte, contrariando o “patológico”, não perdendo mais uma oportunidade de se vingar, desta vez do Tribunal Constitucional, nos velhotes, que “não comem, calados”…
Apelando à consciência de quem ele bem conhece, alerta que alguém tem que defender o direito de propriedade (as pensões) e que ninguém pode ser expropriado do que é seu por direito, apelidando os artífices do plano do esticão, de talhantes.
5 de maio – Paulo Portas, sem a corda ao pescoço, vem confessar que é conivente no desossar da estrutura social do país, concordando com todas as medidas desmesuradas, menos com uma, a dos cortes nas pensões, mais desmesurada do que as outras, no âmbito da sua formação e sentimento democrata-cristão…
Quando lhe perguntaram por que tinha Passos Coelho introduzido a taxa sobre as pensões, se sabia que Portas não concordava com ela e que a mesma iria cair (já estava anunciado) e por isso destinava-se apenas a assustar os “grisalhos” e “carecas permanentes”, Portas começou a falar de mais justiça e mais equilíbrio, blá, blá, blá…
Concluindo, de toda esta trapalhada (números, tática e intervalo de tempo), de putos (crescidinhos), só se pode concluir uma coisa, o sadismo “gasparino”, que já tinha contagiado Coelho, transmitiu-se a Portas e não tarda muito que se propague a mais sociais-democratas e democratas-cristãos, que estão no executivo…
E apesar dos cortes (menores, Deo Gratias!) no ministério da Saúde, não se arranja verba para uma vacina ou o governo de livre vontade vai ficar de quarentena?
Já se (pres)sente algum gozo e audácia dos algozes! Cuidado!
Sem comentários:
Enviar um comentário