O ex-deputado do PSD Pacheco Pereira acusou o governo - numa intervenção enviada ao encontro "Libertar Portugal da Austeridade" - de desprezar os portugueses.
Na mensagem - que foi lida resumidamente aos conferencistas, Pacheco Pereira defende que o país está a pagar o preço da "herança de uma governação desleixada e aventureira, arrogante e despesista, que nos conduziu às portas da bancarrota". A seguir o ex-deputado lamentou que o actual governo esteja a aproveitar essa herança para implementar "um programa de engenharia cultural, social e política que faz dos portugueses ratos de laboratório de meia dúzia de ideias feitas que passam por ser ideologia".
A isto junta-se, lamentou o social-democrata, o "desprezo por Portugal e pelos portugueses de carne e osso, que existem e que não encaixam nos paradigmas de modernidade lampeira, feita de muita ignorância e incompetência".
Pacheco Pereira acusa mesmo o governo de ter usado o Memorando para "ajustar contas com o passado" e de o ajustamento traduzir "apenas o empobrecimento, feito na desigualdade, atingindo somente os de baixo e poupando a elite político-financeira".
O ex-líder parlamentar do PSD acabou a sua intervenção a acusar o governo de praticar "um discurso de divisão dos portugueses que é um verdadeiro discurso de guerra civil, inaceitável em democracia, cujos efeitos de envenenamento das relações entre os portugueses permanecerão muito para além desta fátua experiência governativa".
Pacheco Pereira explicou a sua participação com a convicção de que, como dizia Sá Carneiro, "os sociais-democratas em Portugal não são de direita".
O provedor de Justiça, Alfredo José de Sousa, sustenta que "um refrescamento na situação política" antes de junho de 2014 só será possível com a realização de eleições antecipadas no mesmo dia das autárquicas. "É a única hipótese que vejo, senão só depois de junho de 2014", alerta e que gostava de ver o que acontecia se o líder do CDS batesse com a porta, mas acredita que Paulo Portas aguenta até junho de 2014, data das próximas eleições legislativas.
Alfredo José de Sousa considera que é Paulo Portas quem tem a chave da situação, numa altura em que o consenso está esgotado e a situação política bloqueada, também pelo facto de o PS só aceitar governar com eleições.
Ontem, houve algumas não notícias e outras tantas notícias, com cobertura dos media inversamente proporcional ao conceito jornalístico de “notícia”.1. Os “cães que morderam nos homens”:
a) – As declarações de Passos Coelho com justificações imberbes sobre o Orçamento do Estado Retificativo;
b) – “A teoria de sapateiro” exposta pelo Governador do Banco de Portugal;
c) - O anúncio do aumento (evidente) da taxa de desemprego para 17,8% e
d) – A constatação (previsível) de o Défice orçamental ter ficado nos 8%, no 1.º trimestre, no relatório da UTAO.
2. Os “homens que morderam nos cães”:
a) - A conferência: "Libertar Portugal da Austeridade", participada por gente (classificada) de esquerda (Pacheco Pereira incluído) e intelectuais (ainda sem arrumação ideológica);
b) - A apresentação do estudo “25 Anos de Portugal Europeu”, coordenado por Augusto Mateus (ex-ministro do PS) e patrocinado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos (não considerada de esquerda);
c) – Um comentário (lúcido) de Manuela Ferreira Leite sobre os valores do Funcionalismo Público (até que enfim!) e
d) Uma entrevista do Provedor de Justiça (da justiça), sobre a revisão da agenda eleitoral (com base na realidade social (das denúncias).
Como significante e sinótico, fica o registo do discurso do Doutor António Sampaio da Nóvoa, porque “Não podemos perder a pátria, nem por silêncio, nem por renúncia”.
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