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segunda-feira, 15 de abril de 2013

Gaspar fala, fala, fala, mas americanos não entendem…

"Há mais de 2 anos que os líderes europeus têm imposto um 'cocktail' de austeridade orçamental e de reformas estruturais em países debilitados como Portugal, Espanha e Itália, prometendo que isso será o tónico para curar as maleitas económicas e financeiras, mas todas as provas mostram que estes remédios amargos estão a matar o paciente", escreve o Conselho Editorial do jornal norte-americano "The New York Times", um dos mais vendidos nos Estados Unidos da América.
O artigo de opinião explica que o principal problema de as medidas de austeridade não estarem já a ter o efeito pretendido - crescimento económico - é, para além do aumento do desemprego, a criação de um descontentamento popular que favorece grupos como o Movimento Cinco Estrelas, em Itália.
"O verdadeiro perigo para a Europa é que movimentos como esse aumentem e que os eleitores e os decisores vejam cada vez menos vantagens em permanecer no euro. Se os países começam a sair da moeda única, isso causaria pânico generalizado no Continente e milhares de milhões de dólares em perdas para os governos, os bancos e os investidores na Alemanha e noutros países ricos europeus, já para não falar no resto do mundo", escreve o jornal, sublinhando que "se os líderes europeus deixaram essas forças políticas ganharem força, toda a gente no Continente, e não apenas os portugueses ou os italianos, ficarão pior".
Numa parte dedicada exclusivamente a Portugal, o jornal escreve que "o Governo de Passos Coelho cortou a despesa e aumentou os impostos, tanto que o défice orçamental caiu cerca de 1/3 entre 2010 e 2012" e acrescenta que o resultado destas e de outras reformas é que o desemprego subiu para os 18%. Assim, "os economistas dizem que Portugal vai provavelmente ter um défice orçamental, este ano, maior que o acordado (com a 'troika') (...) porque as políticas nacionais, sem surpresa, causaram uma recessão mais profunda que o previsto".
Portugal e outros países europeus, no longo prazo, precisarão de reduzir os seus défices e reformar as políticas que têm mantido as suas economias ao longo de décadas. Mas, por agora, esta abordagem, além de promover um desastre económico, criou uma generalizada raiva pública e resistência, que visam os seus políticos.
O artigo defende, por isso, que líderes como a chanceler Angela Merkel parem de insistir na austeridade e "ajudem a aumentar a procura, por exemplo, permitindo que os países mais frágeis possam emitir dívida pública apoiada pela zona euro", o que, no entender deste Conselho Editorial composto por editores e antigos diretores, e que responde diretamente ao presidente do grupo detentor do "New York Times", ajudaria os países a sair da "espiral recessiva".
"Os decisores políticos em Portugal e em Itália teriam a vida facilitada na defesa da necessidade de reformas se não tivessem de, ao mesmo tempo, cortar programas e apoios sociais", diz o texto, que argumenta que "um crescimento económico mais rápido e um desemprego mais baixo criariam os recursos que podiam ser usados, mais tarde, para cortar a dúvida e reduzir o défice".
Os líderes europeus terão dificuldade em admitir que a sua abordagem está a falhar. Mas devem perceber que permanecer no caminho atual está a minar a confiança do público no euro e do maior projeto europeu. Se deixam essas forças ganharem força, todos no Continente, não apenas os portugueses ou os italianos, será pior.
Se o perigo fosse a proliferação de “Grillos”, bem estaríamos e até podíamos exportá-los, mas esse “papão” é tão inofensivo, que nem dá para assustar e espantar os soluços…
De resto, de acordo!

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