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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Um bodo aos pobres ou um presente do Pai Natal?

A agência de rating Standard & Poor's subiu, esta terça-feira, o grau de crédito da Grécia em 6 pontos, arrancando o país da dívida pesada, mas mantendo os seus títulos desvalorizados em lixo.
A agência informou que a subida para B- (o valor mais elevado dado à Grécia desde junho de 2011) reflete a perspetiva de que os outros 16 países da União Europeia que usam o euro estão determinados a manter a Grécia dentro da união monetária.
A informação refere que a alteração deu à Grécia uma perspetiva estável, já que é menos provável que a sua classificação mude novamente em breve. "A perspetiva estável equilibra a nossa visão da determinação dos Estados-membros da zona euro em apoiar a manutenção da Grécia da zona do euro e do compromisso do Governo grego de um ajuste fiscal e estrutural perante os desafios económicos e políticos para o fazer", referiu a Standard & Poor's, em comunicado.
O ministro das Finanças grego saudou o aumento, comprometendo-se a avançar com as reformas e as medidas de poupança prometidas. "É uma decisão que cria um clima de otimismo, mas estamos conscientes de que ainda enfrentamos um percurso longo e árduo", afirmou Yannis Stournaras, acrescentando: "Não estamos relaxados nos nossos esforços".
Esta atualização era esperada desde que, no início do mês, a agência financeira baixou temporariamente a classificação da Grécia para o mais baixo "rating" da sua escala, porque o país estava de novo a comprar a sua própria dívida.
Tendo nós já concluído que as avaliações da troika (a julgar pelas obtidas pelos desastres de Gaspar) são meras encenações, sem ensaio, que são tanto melhores quanto o nível de vida piora, faltava-nos a prova de que as avaliações das agências de rating usam o mesmo método.
Também já tínhamos percebido e denunciado há muito, que estas avaliações estão coladas aos interesses dos “prestamistas”, que desde que haja dinheiro para pagar as dívidas que obrigaram os países a fazer, redundam sempre em “sucessos”…
Como será possível que a Grécia, que piora exponencialmente as suas condições socioeconómicas, tenha recebido este presente de Natal, exatamente de uma agência que a atirou para o lixo? É porque a Zona Euro decidiu, no passado dia 13, desbloquear uma nova tranche de 34 mil milhões de euros de ajuda à Grécia, o que permitirá aos credores sacar a maior fatia deste bolo… Vai daí, toca a aliviar o estigma e “animar” o povo grego, para que se convença de que estão a seguir em frente (como nós) para o abismo, mas cantando e rindo…
O pior é que com esta avaliação a Standard & Poor's deixa a Grécia (B-) a 4 níveis de Portugal (BB), ambos os países com ‘rating' conhecido por ‘lixo', mas a Grécia não só abandona o nível de "incumprimento seletivo" como fica com Outlook estável, e com uma dinâmica positiva, enquanto Portugal mantém o Outlook negativo e a tendência para a queda. Mas nós não somos a Grécia!
Não é por acaso que o líder grego Alex Tsipras (esquerdista radical, mas nem por isso estúpido) diga que "A Grécia hoje pode ser Portugal amanhã", porque "A Grécia está um ano, um ano e meio à frente de Portugal na recessão. Os países têm a mesma experiência, os mesmos inimigos e o mesmo tratamento da troika". Só quem não quer entender é que quer esconder…
Pelos vistos, constata-se uma “santa aliança” entre a troika e as agências de rating (por enquanto a S & P, mas brevemente as restantes), naturalmente, porque todos os agentes financeiros trabalham com a mesma MISSÂO: servir os seus AMOS, que nós odiamos!
É mais um insulto à inteligência de todos os cidadãos informados e bem formados…
O poder da manipulação no PODER!

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